Toujours Pur

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Novembro de 1977 - Hospital St. Mungus

Todas as enfermeiras já sabiam que tinham que sair do caminho da imponente mulher que andava de maneira altiva, como se todos os outros fossem apenas vermes que se colocavam em seu caminho.

A caminhada até o quarto de número 312 não era longa mas a mulher já estava totalmente sem paciência. 

Abriu a porta e olhou para o homem deitado na cama e assim que ele a encarou ela viu em seus olhos o desprazer em receber sua visita. Ela também não estava gostando nada de estar alí mas a afronta que sofreu não podia ser ignorada.

"Você está péssimo irmãozinho."

O homem sobre a cama nem de longe lembrava o imponente bruxo que um dia seu irmão foi, pensou ela. A vida desregrada que ele vivia o tinha levado aquele lugar, para ela pouco importava a saúde de seu irmão, ele poderia fazer o bem entendessem com ela desde que não jogasse o nome de sua família na lama como ele vinha fazendo por todos esses anos de escândalos.

"O que a trás até aqui querida irmã? E não me diga que está preocupada com a minha saúde que com certeza eu não vou acreditar."

"Vim saber o que deu em você para apoiar a idéia insana de meu filho de sair de casa?"

"O rapaz iria fazer isso com ou sem o meu apoio. Eu só tentei ajudar o meu sobrinho, Merlin sabe que ele está fazendo a coisa certa ao ir para bem longe de todos  vocês."

"Não é problema seu o que acontece entre mim e meu filho, por isso eu ordeno que você cancele imediatamente aquele testamento ridículo que faz do MEU filho seu herdeiro."

O homem apenas riu ao ouvir as palavras de sua irmã, ela continuava a mesma de sempre, prepotente e arrogante.

"Sinto muito irmãzinha o que está feito está feito."

"Eu estou avisando, desfaça o testamento imediatamente ou vai se arrepender."

"Suas ameaças não tem muito efeito sobre um homem moribundo querida irmã."

"Talvez você não tema por sua própria segurança mas duvido que queira pôr a vida de sua filha em risco."

"Acho que finalmente você ficou louca. Sabe muito bem que não tenho filhos. Agora me deixa morrer em paz e vá embora pois não vou alterar o bendito testamento."

"Eu não estaria tão certa assim sobre sua falta de descendentes querido irmão. Pelo que me lembro bem uma jovem trouxa apareceu grávida na minha porta alegando que o pai era você."

Vendo que tinha conseguido tirar a satisfação do rosto do próprio irmão a mulher continuou o relato.

"Qual era mesmo o nome dela? Bethânia… não, não era isso, talvez fosse Berenice…"

"Beatrice."

"Isso mesmo Beatrice. Tão novinha e até que era bonitinha, pena que era da escória. Ficou muito triste ao saber que você estava noivo, foi de cortar o coração ver as lágrimas enquanto ela se dava conta de que foi enganada. Eu quase tive pena da sangue ruim, quase."

"Você está mentindo."

"Estou?"

"Fora daqui."

Uma gargalhada estridente saiu da mulher ao ver que seu propósito foi alcançado.

"Devo admitir que o destino é mesmo muito cruel. Quem diria que você iria tirar um filho de mim mesmo sem saber que eu privei você de vêr a sua crescer."

O prazer de ver o homem à sua frente se encher de angústia já fez valer a pena o desprazer de estar naquele local e da mesma maneira que tinha chegado ela saiu deixando para trás nas mais do que devastação.

The Half-Blood Prince - Severo SnapeDonde viven las historias. Descúbrelo ahora