00 - Prólogo

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Eu quero ser a chuva... que cai em você
Que lava a dor
Eu quero ser o sol... que brilha em você
Que esquenta seu mundo todo dia
Eu quero ser o céu que segura as estrelas para você
Então você nunca se perde
Eu quero ser o vento que beija seu rosto
Eu quero ser a chuva..


Imensurável era a felicidade de seus pais

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Imensurável era a felicidade de seus pais. Enfim estavam aposentados e colocando em prática o sonho tão desejado: voltar enfim para a cidade onde nasceram, cresceram e se apaixonaram. Formando laços inquebráveis.


Mas não poderia dizer que compartilhava da mesma felicidade que seus genitores, para sua mãe estar ali era uma realização sem tamanho, como se até então esse sonho fosse apenas algo distante e inalcançável, algo impossível. Mas para Sasuke era apenas um castigo, uma forma de deixar bem explícito que ele não tinha uma posição de fala ali, sequer tinha direito à oposições ou discussões.

Uma cidadezinha pacata do interior com nada mais que 20 mil habitantes, cidade que quando o sol se põe, os adultos se sentam na calçada para conversar, as crianças entram em casa depois de tanto brincar, e a cidade adormece. Um local rural, rodeado por florestas e isolado de qualquer modernidade que o mundo a fora poderia oferecer, esquecida pela pressa da capital em meio à evolução, onde o maior fator econômico era abate de porcos.

Para Sasuke, estar ali trazia o sentimento de impotência junto com uma onda incontrolável de ânsia. Se lembrar do real motivo daquela repentina  mudança, voltava à tona todas as lembranças desagradáveis de um mês atrás.

Com tédio observava através da janela à paisagem passar com velocidade, tudo em um borrão. Andar de ônibus era uma coisa que sempre havia detestado, às paradas intermináveis, a lentidão com que parecia andar e também o fato de que dava a impressão que o tempo passava mais lentamente. Sempre havia vivido em meio a correria, gostava da sensação de não ter tempo para nem ao menos respirar,  uma vida corrida onde não tinha tempo para pensar em nada além de suas tarefas e obrigações.

Tudo tão parado.

De soslaio olhou para uma senhora que tranquilamente folheou a página do jornal daquele dia, deixando a ponta do dedo úmida ao encostar na língua e então folhear novamente, com o óculos de armação fina sempre escorregando até a ponta nariz, para então ser empurrado novamente por toda a ponte do nariz.

A quietude do lugar trazia um zumbido desconfortável aos ouvidos do moreno, que se moveu desconfortável sobre o assento que era de plástico, trazendo consigo um barulho irritante a cada movimento minucioso. Afastou o colarinho e afrouxou a gravata, se ficasse mais um minuto ali seria sufocado.

Apertando o botão de parada próximo ao apoio de metal, levantou-se apressado, trazendo consigo em uma mão, sua bolsa. Não exitou em atravessar as portas quando elas se abriram, saindo tão rápido que sequer se lembrou de agradecer ao motorista. Mas não poderiam culpá-lo por parecer um arrogante, a verdade era que desde que tinha chegado em Konoha  suas crises de pânico e ansiedade se tornaram mais frequentes e intensas e naquele momento se não conseguisse se controlar iria acabar surtando.

Sua Sorte, Meu Azar Where stories live. Discover now