Capítulo 2

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Mesmo debaixo da chuva, muitas pessoas se aproximaram para nos ajudar a levantar, curiosamente estavam mais preocupados com ela do que comigo, uma senhora me entregou meu óculos escuro que havia caído no chão. Coloquei assim que peguei da mão dela, não queria que a moça do perfume descobrisse que eu era cego, apesar de muitas pessoas ao nosso redor, eu conseguia sentir sua respiração ainda ofegante.

- Obrigada. - agradeceu ela novamente - Muito obrigada, por me salvar.
- Ah, que bom que você está bem. - reconheci aquela voz, era a mulher do perfume forte e foz fina - Quando vi o carro vindo de dentro da cafeteria, senti um aperto.
- Não se preocupe Darya, estou bem. - retrucou ela - Graças a ele.
- Oh, o cliente estranho. - sussurrou a tal Darya, eu consegui ouvi, não era novidade - Ah, bem, agradecemos.
- Fiz o que qualquer pessoa poderia fazer. - respondi normalmente mantendo minha face voltada para a rua.
- Mesmo assim, estou grata por isso. - sua voz suave e doce, parecia que estava sorrindo, estava começando a desejar ver seu sorriso.
- Venha Charlotte , seu joelho está ralado, temos que fazer um curativo antes que infeccione.
- Tudo bem.

Senti elas se afastando de mim, aos poucos aquelas pessoas curiosas foram se dispersando, continuei parado por mais alguns minutos, pensando. Então, seu nome era Charlotte , estava aliviado por ter salvado ela e por saber seu nome, era como uma confirmação de que a dona daquela voz era real. Meu coração acelerou um pouco, não conseguiria deixar de pensar nela agora, e estava pensando em tomar café todas as manhãs na cafeteria nova.

- Suga? - aquela voz era de Junkook.
- Junkook? - me virei para a direção da voz.
- O que faz aqui? Por que está debaixo da chuva? - perguntou ele.
- Bem, a história é meio louca. - eu ri - Vamos entrar que eu te conto.

Junkook me acompanhou até o apartamento, assim que entramos ele foi até a cozinha preparar algo para nós dois comermos, aproveitei para ir ao banheiro, tomei uma ducha quente e coloquei roupas confortáveis. Quando voltei para cozinha, comecei a contar minha história do início, quando fomos a cafeteria tomar café da manhã. Enquanto ele preparava o chá, contei a ele sobre meu súbito interesse a garota do perfume de jasmim, continuei falando sobre ter pensado nela durante o resto da manhã e minha aventura ao voltar na cafeteria, até que cheguei na parte mais louca.

- Espera, você a salvou de ser atropelada? - a voz de Junkook parecia de surpresa.
- sim.
- Você tem noção do que fez? Se jogou na frente de um veículo em movimento, para salvar alguém que nem conhece. - aquela era voz de repreensão - Não poderia ter deixado outra pessoa fazer isso?
- Eu a salvei, é o que importa, além do mais, meus reflexos e percepção são melhores que de uma pessoa comum, até o momento em que eu cheguei perto dela, ninguém havia percebido o veículo desgovernado. - retruquei de forma coerente.
- Isso é verdade. - ele suspirou fraco - Fico me perguntando se você realmente está cego. - ele riu com ironia - Às vezes faz coisas como se enxergasse ainda.
- Devo levar isso como um elogio? - olhei para a direção da voz dele.
- Viu. É disso que estou falando. - Junkook pareceu pegar alguma coisa - Você olha para minha direção como se conseguisse me ver.
- Acredite, são sete anos de prática constante, odeio quando as pessoas me tratam como um cego deficiente. - bufei um pouco sentindo ele encostar a xícara em minha mão.
- Aqui está. - sua voz estava mais branda - Um pouco de chá para alegrar seu dia, só não é de jasmim. - ele se afastou rindo.
- se vai começar com suas piadas, vou me confinar no quarto. - já alertei indo até o sofá.
- Prometo não abusar. - ele riu se sentando ao meu lado - Então, depois de sete anos fechado para balanço, está mesmo interessado em uma garota?
- Não é isso. - eu ainda não tinha definido meus sentimentos por ela - Eu, só me sinto bem quando ouço a voz dela, é como uma luz no fim do túnel para mi.
- Sei. - aquilo era deboche.
- Estou sendo sincero. - retruquei - Nem a conheço, como posso estar interessado.
- Como? - ele riu - Querido primo, é simples, estando interessado. Quando um homem se interessa por uma mulher, ele precisa ver ela, no seu caso foi ouvir.
- Não estou interessado, mas gostaria sim de conhecer ela.
- E já sabe o nome dela?
- Sim. - suspirei um pouco - Ouvi a outra atendente falando, é Charlotte .
- Nome bonito.
- Sim. - uma ponta de sorriso apareceu espontaneamente em minha face.
- Acho que você ainda se prende muito ao que aconteceu no passado, me desculpe a sinceridade. - ele respirou fundo - Mas, as pessoas não são iguais, e já percebi que a voz dela te atrai, você inconscientemente está interessado, então admita isso de uma vez e se dê uma chance.
- Você está de brincadeira né?
- Não. - ele se levantou - O máximo que pode acontecer é ela já ter um namorado, ou te achar feio. - ele saiu rindo.
- Ha... ha... ha... - tomei um gole do chá.

Eu Preciso De VocêWhere stories live. Discover now