Um Segundo Para Se Apaixonar © [COMPLETO]

Capítulo 28

Acordei decidida a não relevar mais as grosserias de Frank. Já chega! Tem coisas que, por mais que sejamos pessoas boas e de bom coração, não somos obrigados a suportar, tudo chega ao seu limite.

Já tem algumas horas que ele saiu e eu estou descendo as escadas novamente já vestida adequadamente. O vestido é o que preciso agora mas a camisa de Frank me deixou confortável e com o cheiro forte e gostoso do seu perfume e eu não queria tirar, não escondo que tenho saudades dele quando está fora, do seu olhar, do seu jeito característico, bravo.

Estou de um maneira que, se ele me pedisse para fugirmos juntos e fossemos morar no meio do nada eu iria sem pestanejar.

Isso é muito louco. Esse sentimento que toma todo o meu corpo, as reações que tenho a cada vez que ele chega e me olha.

Suspiro.

Atravesso a sala, abro a porta fechando-a atrás de mim em seguida.
Preciso muito ver Felipe e como ele está essa manhã, dessa vez eu mesma contarei a Frank que fui vê-lo e ainda farei melhor...

Eu realmente estou cansada de tudo isso, do meu pai querendo me encontrar, do fato de viver enclausurada dentro de casa por medo de sair e ser levada por um dos homens dele. Frank e toda a sua intensidade, que em alguns momentos é demais para mim, eu sinto que preciso ter uma voz, me impor, não sei como, só sei que preciso e com urgência.

Ontem eu me senti esmagada com a impetuosidade, o seu domínio sobre meu corpo. Eu só queria que ele entendesse que o que fez foi errado, contudo, suas mãos, sua boca, língua...  Realizaram o trabalho de me fazer esquecer, por aqueles instantes o quanto eu estava chateada com ele.
Eu sou só uma garota ingênua nesse novo mundo e preciso aprender tudo, livros me fazem falta com toda certeza.

Talvez internet ajude muito mas não tenho nenhum aparelho tecnológico, portanto voltamos a estaca zero. Não quero mexer nas coisas de Frank, sei que temos um grau de intimidade mais forte agora, porém ainda assim não quero bisbilhotar suas coisas, a quais podem conter assuntos de trabalho.

Bato a porta do apartamento ao lado um tanto contida, ainda estou envergonhada por tudo que se deu ontem, e ainda sinto-me levemente culpada.

Felipe abre a porta, ao ver que sou eu, um sorriso sincero toma seus lábios.

"Bom dia."

"Bom dia, como você está?" Quero saber.

O seu rosto está muito feio, agora pela manhã é visível que Frank pegou pesado, ao redor dos dois olhos contém uma coloração arroxeada e bastante escura. Engulo a vontade de chorar, ele diz estar tudo bem mas eu sei que não, ninguém fica bem após apanhar dessa maneira.

Vou ao seu banheiro, e lá pego uma caixa com alguns quites de primeiro socorros a mando dele. Dentro contém muitas coisas e dentre elas está uma pomada a qual ele usa sempre que acontece isso.