Capítulo 37

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Certifique-se de que leu o 36



Certifique-se de que leu o 36

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ALGUNS DIAS DEPOIS...

"Eu estou bem Eve, não se preocupe." Ludmila pôs a mão em meu ombro querendo garantir que estava tudo bem mas eu sabia que não era bem assim.

"Você nem se recuperou direito." Não consegui segurar as lágrimas e o seu abraço a seguir fez o descontrole reprimido vir a tona. "Fica por favor Ludmila, me deixa cuidar de você." Implorei chorosa. "Por favor..."

"Ei, está tudo bem, mesmo. Você não pode ficar nervosa porque tudo isso afeta o seu bebê." Enxugou as bochechas "Eu preciso da minha mãe nesse momento Eve. Brigamos e eu fugi de casa mas agora eu preciso ficar com ela." Tentou segurar o soluço.

"Me liga todos os dias por favor."

"Ligo sim. Eu só preciso de um tempo sozinha e agora que o seu pai está desaparecido no oceano eu fico mais tranquila." A voz falhou ao continuar "Era o seu pai mas ele merece queimar no inferno." Proferiu entre dentes. "Queira Deus que encontrem o corpo dele."

Engoli em seco.

Estava sendo difícil aceitar que o jatinho caiu no mar. Mais difícil ainda era saber que não havia restado nenhum sobrevivente. Ainda era o meu pai e eu não conseguiria odia-ló. Ouvir essas palavras de Ludmila de alguma maneira não me ferem porque por minha culpa ela perdeu quase tudo.

Eu tento não me sentir ferida.

"Eu não sei se consigo recomeçar, mas vou tentar seguir o seu conselho de nunca perguntar o porquê, mas sim para quê."

"Eu sinto tanto por tudo e palavras não serão o suficiente para pedir que me perdoe."

"Abner cuidará dele Eve." Respira profundamente "Eu não tenho porquê perdoar você. Entrei nessa sabendo quem seu pai era e além do mais, somos amigas, eu não sei se sabe o significado de amizade, mas eles não deixam o outro entrar em uma cilada tendo oportunidade para sair dela."

"Você é a melhor amiga do mundo inteiro, Lud. Se cuida então. Eu te amo muito." Declarei.

"Também te amo. Até breve."

Entrou no táxi parado em frente ao prédio e se foi.

Não tenho certeza mas acredito ter visto as lágrimas banharem o seu rosto ao virar e entrar no carro. A culpa corroía o meu ser e eu não sabia o que fazer a não ser sentí-la. Nada mais poderia ser feito e isso era o que mais me doía.

Entrei outra vez quando o carro sumiu. Ficar do lado de fora me trás más lembranças e eu ainda tenho medo de acontecer tudo outra vez.

Assim que o elevador abriu as portas tive que correr até a planta mais próxima e vomitar todo o café da manhã. Por sorte não tem ninguém aqui então não podem me reprovar por esse minúsculo delito. De qualquer maneira não poderia ser culpada e sim esse pequeno ser que se encontra em meu ventre que não me deixa dormir e comer direito, e olha que nem veio ao mundo ainda.

Um Segundo Para Se Apaixonar © [COMPLETO]Where stories live. Discover now