Um Segundo Para Se Apaixonar © [COMPLETO]

Capítulo 36

O olhar que recebo de Frank neste momento, é tão doloroso, é pior do que qualquer outro que já recebi na vida. Eu quase posso experimentar o que ele está sentindo agora, seus olhos escurecem como se o que eu tivesse dito, de alguma forma acabasse com ele.

Há tristeza e dor.

Seu maxilar fica enrijecido quando engole em seco. Seus passos que antes se aproximavam de mim, param imediatamente.

"O que você disse?" O tom de incredulidade e mágoa na voz me deixam confusa.

"Por favor, Frank..." Eu sussurro e desvio meu olhar dos seus que estão a ponto de me fulminar.

Frank respira fundo e com os punhos cerrados, soca a parede mais próxima.
O fato de estar acostumada com esses pequenos surtos já não me assustam mais.

"Que porra você acabou de me dizer, Eve?" Suas mãos agarram com força os cabelos e eu vejo novamente aquele olhar escuro.

"Não mate o meu bebê." Repito como ele pediu. "Assim como fiz com o meu pai faço com você se me forçar a algo que eu não quero."

Um sorriso de escárnio aparece em seus lábios e logo uma expressão que faz meu coração apertar, lágrimas. Ele está chorando, por mim.

"Eu não posso acreditar no que você está falando."

"Eu nem sei o que irei fazer de agora em diante. Muitas coisas ainda são confusas para mim, eu só estou perdida agora e suplico que se não quiser ter um filho comigo, me deixe tê-lo, mesmo que sozinha." Me encolho na cama intensificando o aperto no meu ventre.

"Você percebe como está me destruindo com tudo que acabou de dizer?" Sua voz grave me fazendo estremecer.

Me encolho.

"Eu pensei que..." Tento, contudo o fato de está bravo faz-me ficar quieta.

"Você pensou o quê, Eve? Que eu ainda sou a porra de um homem imaturo que tinha acabado de perder o irmão e se culpava, fazendo merda atrás de merda?" Esbraveja. "Essa porra não justifica mas as pessoas crescem e amadurecem, tem responsabilidades.

Ele grita.

"Você mandou Ágata tirar um bebê, um filho seu. Não se trata de imaturidade e sim falta de amor.  O que quer que eu pense agora que eu também estou com um filho seu dentro de mim?" Me defendo não conseguindo lidar com a expressão furiosa e magoada de Frank a minha frente.

A sua mão vai até o rosto e percebo que está tentando se controlar, ele respira fundo incontáveis vezes antes de me responder:

"Você, deveria ter ficado lá, onde eu te levaria para outro e lugar e te explicaria o porquê dessa merda! A vida real não é assim, na qual você tem um problema e sai correndo pelas ruas como se isso fosse resolver tudo. Adultos conversam e você já não é mais uma menininha, agora é uma mulher e será... Mãe."  Engulo suas palavras que fazem total sentido para mim, no entanto não anula o que ele fez e o que eu senti ao ouvir aquilo.