doze

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Ego ou orgulho ferido o que provocou aquele apagão? Ele não sabia bem o que, ele acordou se lembrando muito pouco da noite anterior, bom, ao menos uma boa parte dela, então a noite foi muito boa, ou muito péssima. Os olhos pesados olharam para o lado cama, mas estava vazia. E ele ouvia ao longe o barulho do chuveiro, bocejou e o pulso ergueu olhando as horas

-Cacete! Já passam das duas – bradou dando um pulo da cama, fazia muito, mais muito tempo mesmo que ele não dormia tanto assim

Caminhou até o chuveiro e lá encontrou a garota de cabelos azuis sentada embaixo da água morna de cabeça baixa.

-Aposto que está com dor de cabeça – ele riu e ela levantou a cabeça o olhando, ou melhor o encarando e franziu o cenho – quer café? Eu tenho aspirinas

-Como se sente Goku? – perguntou a garota querendo tocar no assunto da noite anterior

-Eu? – ele pergunta ingênuo – ah eu acho que to bem, tirando um pouco de dor de cabeça, acho que fazia muito tempo que eu não dormia tão bem!

-Então... se tá legal mesmo? – ela pergunta sem muita confiança

-Bom, eu acho que foi uma festa legal, mesmo eu não tendo visto tudo, mas especialmente me pergunto ainda como conseguimos chegar em casa. – riu sem jeito coçando a nuca – acho que eu nunca bebi tanto, nem no festival de verão, pegou pesado

Bulma ouvia tudo absorta

-Qual a última coisa que se lembra ontem? – ela pediu

Ele coça a nuca fazendo um esforço colossal pra se lembrar

-A gente dançando no meio da sua festa, algo como luzes e lembro que choveu em algum momento – Goku fala por fim – porque? Eu perdi alguma coisa legal? – Goku pedi

E naquele instante, Bulma se sente frustrada e ao mesmo tempo aliviada. Ela tinha muito remorso pelo que fez -e sim ela se lembrava perfeitamente de tudo antes de apagar- talvez por estar mais sóbria, ou por maldade do destino. Novamente ela colocava tudo a perder. Seu namoro de quase três anos com um cara bacana e legal, o primeiro em tanto tempo na sua vida que ela talvez tivesse a segurança que realmente poderiam ser um casal, podia a chamar de idiota, mas ela era boba o bastante de estar planejando uma droga de vida com ele por uma quase traição, e do outro lado estragar sua amizade de décadas por puro capricho e atração sexual – o que ela não negava estar sentindo naquele instante – que diga-se de passagem parecia não querer deixar sua mente, a sua droga de mente insistia em trazer sonhos com ele, como um maldito desejo reprimido de anos, mas e ai? Eles transariam – hipoteticamente falando – e como ficariam as coisas depois?

Não...

Talvez foi o destino a dando uma terceira chance e não se deve brincar com a sorte, ela poderia não perder somente um cara da sua vida, mas dois de uma só vez.

Ela sorriu

-Nada de especial Son ku – disse – também me perguntava como a gente chegou aqui...

Viu ele dando de ombros

- O importante é que chegamos, e como eu dormir bem, mas pelo visto a festa se estendeu – disse ele balançando a garrafa de whisky vazia e rindo

Ele foi até a cozinha e começou a fazer o seu café cura ressaca, precisam de muito café e muita aspirina. A mente dele durante esse processo só se lembrava dos olhos azuis e ele automaticamente associou a garota do hospital, a interna transferida recentemente de outro estado.

Azul... talvez fosse a sua cor da sorte, não é?

Bebeu o café forte e sentiu a mão de Bulma deslizar pelo seu ombro arrepiando sua pele ao entrar na pequena cozinha e se empinar pra pegar no armário uma caneca, e como ela ficava bem naquela calcinha, sorriu ao pensar no quão pervertido aquilo soou em sua mente

Amor além do tempo(Concluída)Where stories live. Discover now