Amor além do tempo(Concluída)

Capítulo 39

Ainda não havia amanhecido. Bulma se levantou automaticamente e se sentou na cama ainda sonolenta. Era o horário da primeira mamadeira do dia de Goten. Sempre acordava com o choro do pequeno, mas ultimamente se levantava uns minutos antes e já o esperava com a mamadeira pronta.

O corpo dele percebeu a entrada do frio e a mão tocou o lado da cama vago, Goku percebeu que a mulher estava sentada na cama e por mais que estivesse com um sono pesado, abriu apenas um olho, queria saber o que tinha acontecido a ponto de fazê-la levantar sendo que ainda não era dia.

Bulma percebeu a movimentação do jovem de cabelos desgrenhados e sorriu ao ver que só um olho a mirava esperando uma boa resposta.

— Eu... Só... Me levantei porque esse é o horário da mamadeira sagrada do Goten de todos os dias. Mas ele tá bem e...

Goku a puxou para deitar no peito. Mesmo que estivesse com muito sono, sabia bem o que iria dizer.

— Um, provavelmente tá muito frio lá fora, a casa tá sem o aquecedor ligado e deve ter começado a nevar, dois, a essa hora a dona Gine e a sua mãe devem estar brigando para ver quem vai pegá-lo primeiro. Riram juntos cientes que seria exatamente assim.

Bulma se aninhou mais no peito dele puxando o cobertor mais pra eles e ficou grata por ter pego um tão fofo e quentinho, ou teriam que suar a noite toda pra não morrerem de frio, contendo a ansiedade do horário voltou a dormir novamente. Mas ele ainda custou a voltar a dormir. Os dedos deslizavam pelos cabelos azuis, fazendo um carinho que há muito tempo não fazia... E como ele sentiu falta daquilo. A apertou mais contra si e fechou os olhos apenas se deixando levar pelo momento suspirando fundo. Pensou em quantas vezes era ele quem deveria ter levantado e deixado a cama quentinha para que ela pudesse dormir um pouco mais.... Quantas vezes ele deveria ter estado mais presente, dando banho no pequeno ou ter alcançado uma toalha ou tê-lo trocado muito mais vezes durante a noite.... Mas havia se passado um ano... Goten já não era mais aquele bebezinho de corpo molinho que dormia sobre o peito dele nas poucas horas que ficou com ele nos primeiros meses... Ele já estava quase grandinho... Mais um pouco iria começar a falar e... Goku esteve tão perto e tão distante ao mesmo tempo. Se arrependeu, mas o tempo que passou não voltaria atrás, mesmo que existisse um gênio da lâmpada mágica e ele pedisse para voltar no passado, nada seria como deveria ter sido. A apertou mais contra si e beijou a testa escondida sob a franja bagunçada.

— Eu te amo tanto sua demônia de cabelos azuis.... Sussurrou baixinho fechando os olhos e adormeceu com ela.

Naquele mesmo instante Goten estava chorando e como Goku previu as avós correram para atendê-lo. Enquanto uma ninava a outra fazia a mamadeira. Gine e a senhora Briefs sorriram em cumplicidade ao notar que os filhos não estavam em casa. Não faziam ideia de onde poderiam estar, mas apenas sabiam que alguma coisa boa tinha acontecido e torciam que dessa vez tivessem se acertado e não se matado de vez, elas tinham que admitir que estavam odiando a ideia de preparar um casamento pra Bulma com outro. Trocaram conversas rápidas e logo o bebê — agora com a barriga cheia— voltou a dormir.

—Eu fico com ele – Gine pediu e carregando o garotinho nos braços o deitou no meio da cama e Bardock abriu os olhos e deu um curto sorriso de lado e puxou os cobertores, mas pra eles.

Os poucos raios de sol iluminavam através das vidraças incolor, o frio da manhã podia ser sentindo ao sair debaixo da coberta. Bulma acordou com Goku transmitindo um olhar tão terno da qual fazia tempo que ele não a olhava. Trocaram sorrisos, e ela se espreguiçando esticou os braços e o puxou para deitar por cima dela. Apenas os dois ali... e o silêncio.

Bulma fazia carinho nos cabelos desgrenhados, enquanto ele ouvia as batidas do coração dela, deitado sobre o peito... Gestos simples, não precisavam de palavras para dizerem o que sentiam, até que deitado sobre ela, Goku fitava a parede se recordando dos dias em que dividiam o apartamento e dormiam de conchinha. Riu internamente ao lembrar que todas as manhãs antes mesmo que ele acordasse o amigão já tinha dado bom dia a colega de cama. Bulma pressentiu que ele ria de alguma coisa.