8 | À Dead Woods, a armadilha

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Depois de uma noite de muita agitação, e uma dormida não muito boa, os amigos de sempre se encontraram na Praça da Street Shadow.

Aos poucos foram chegando. Pareciam doentes, de tão cansados que estavam.

Kaze estava com cara de sono, mas mesmo assim, a maquiagem não podia ser deixada pra trás. Na realidade ela estava um pouco engraçada.

Gary e Deegle aparentavam estar dormindo ainda, esses sim, pareciam doentes, ou mesmo moribundos, pois nem disposição para andar direito, tinham. Às vezes arrastavam os pés no chão. As suas mochilas pareciam estar cheias de blocos de concreto, pois eles faziam muito esforço para carregá-las.

O intrometido, Higor, já estava no banco da frente da van que alugaram. O sono não arrancou a indiscrição. Queria falar mais alto que todo mundo. O pessoal fazia careta, alguns até colocavam as mãos nos ouvidos, disfarçadamente.

Lindy, Josias e Sawyer nem pareciam ter freqüentado uma festa horas antes. Estavam todos bem dispostos, apesar das olheiras de Sawyer indicarem uma noite de insônia. Lindy estava como sempre: maquiada e bem vestida, com roupas pretas, é claro.

Sawyer parecia ter levado uma tijolada na cabeça, porque seus cabelos estavam amassados e despenteados, ao contrário de Josias, que sempre mantinha os seus bem arrumados, com gel e certinhos. Tinha certa vaidade para com os seus cabelos.

Mochilas e mais mochilas se acumulavam perto do pneu da van. Dava a impressão de que iam acampar por uma semana inteira, e não somente dois dias.

Yvee e Eddy estavam estranhos, principalmente Eddy, pois ele fazia cara de quem estava com dor de barriga. O que Yvee tinha, não dava pra saber, parecia estar ansiosa, ou com um pensamento negativo, era algo que o seu instinto feminino queria dizer, mas o máximo que conseguia fazer era ficar calada.

Derik estava com o mesmo pique de ontem à noite. Ninguém fazia a menor idéia de como ele conseguia ter tanta energia. Curtição era com ele mesmo. Apesar do friozinho que fazia, ele estava com uma camiseta regata, branca. O que, na opinião dele, fazia sucesso com as garotas, pois deixava seus músculos à amostra.

– Bem pessoal, vamos entrar. Uma noite assustadora nos espera! – gritou Bob, outro que não se dava conta de que não precisava falar tão alto.

– Pare com isso Bob – pediu Yvee, fazendo uma careta.

– Ah, qual é? Nós vamos contar histórias de terror em volta de uma grande fogueira, não vamos? – falou Bob.

– Legal – apoiou Lindy.

– Tá vendo? Até a Lindy concordou... isso é algo que não se pode faltar num acampamento. Parece até filme de terror... ahaha! – Bob gargalhou.

Sawyer interrompeu o planinho de Bob. Disse que depois veriam o que iam fazer.

– Agora, por favor, entrem – disse Sawyer.

Entre murmúrios, entraram na van.

Os raios do sol estavam mais fortes, a preguiça já estava indo embora, e depois, todo aquele silêncio foi quebrado por canções. Puseram-se a cantar em coral. Sawyer não estava fazendo parte das cantorias, e umas caras feias apareciam enquanto os outros cantavam. Ele estava atento ao volante, pois era ele quem dirigia.

Ao lado dele, encontrava-se Higor, que abriu o porta-luvas da van e pegou um mapa.

Saw viu e falou:

– Pode ficar tranqüilo, Higor. Eu o estudei antes de dormir. Não tem muito segredo. O ruim é que são nove horas de viagem aproxim...

– Nove?! – espantou-se Kaze.

Uma noite em Dead Woods (COMPLETO)Where stories live. Discover now