14 | O refém

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Ignorando a todos, o musculoso da turma deu uma olhada de canto para a bela Kaze, que devolveu um olhar tristemente preocupado. Mas seu coração batia na esperança de que tudo acabaria bem.

Ela se aproximou de Derik, ia ao seu encontro como se fosse o beijar, mas não acontecera nada disso, ela parou de repente e sussurrou-lhe algo. Muitos olhavam para o casal, desejando ser uma mosca, para voar entre os dois e saber o que eles falavam. Higor observava o lado oposto. Não quero ver essa baboseira toda.

Yvee franzira a testa. Ela vai se declarar?

Kaze ainda mexia os doces lábios. Derik baixara a cabeça, assentindo algo. Por meio da leitura labial, Yvee decifrara duas palavras que saltaram da boca do rapaz. "Eu prometo".

Como se uma bomba tivesse caído ali, Derik levantou a cabeça e fixou o olhar na bela moça que estava à frente. "Vamos!", gritou ele, ainda encarando-a.

Eles vão se beijar – Lindy palpitou mentalmente.

– Espere Derik, não vamos desarmados. Na mochila de Sawyer tem uma arma. Ele havia me mostrado quando íamos sair, me dissera que precaução nunca é demais – Bob falou, quebrando totalmente o clima romântico... Romântico? Romantismo num momento como esse? – pensou Higor, ainda carrancudo.

– Enquanto eu vou pegá-la – continuou Bob, referindo-se a arma. – Você avisa os outros, quer dizer, as meninas, pois precisam saber do nosso plano...

– Está bem... – disse Derik, que depois pensou: uma arma? Nada mal... isso significa que alguém vai se machucar, e bem feio...

Não era momento de alegria, obviamente, mas Derik expressava um contentamento indescritível. Seu olhar era misterioso, mas ao mesmo tempo, decidido. Convicto.

Bob foi até a van e começou a procurar a arma nas mochilas, a pegou e sentou-se no banco da frente, o do motorista, e começou a vasculhar as coisas, rapidamente. Ele estava ansioso ou nervoso. Era difícil de definir.

– Meninas, – disse Derik, e todas olharam para ele – Eu, Bob e Josias vamos à floresta, não podemos esperar que aconteça nada, vamos trazer o Sawyer de volta...

Yvee ia falar algo, mas foi interrompida.

– Temos que nos arriscar Yvee, entenda... Higor ficará aqui com vocês caso aconteça algo com a gente. Eu tenho medo disso, mas é o jeito.

Yvee recomeçou a chorar.

– Vai dar tudo certo pessoal – anunciou Derik.

– E se acontecer algo? Hein? – perguntou uma voz feminina.

– Não vai acontecer, Kaze. Fique calma.

Josias estava atento a floresta, e tinha certeza de que ouviu outro grito, mas bem baixinho. E seguramente, falou:

– Vamos, não podemos mais demorar. Nós vamos ficar bem... Bob!

– Já vou!

Bob saiu do carro com uma arma em uma de suas mãos. Realmente ele falara a verdade. Sawyer havia trazido. Derik sorriu novamente.

– Tchau pessoal, a gente ainda se vê – disse Bob, escondendo o riso nervoso.

– Tchau – responderam os demais, cabisbaixos.

"Tomem cuidado!", gritou Yvee.

O trio deu uma última olhada para eles e viraram-se, apontados para as silhuetas das árvores gigantescas, sem dizer mais nada. Estava uma escuridão intensa.

Uma noite em Dead Woods (COMPLETO)Where stories live. Discover now