16 | Disparos

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Gemidos eram ouvidos na floresta. Derik sofria muito.

Menosprezando-o, B.D. deu continuidade ao incrível "espetáculo".

– O plano era trazê-los aqui, desde o início, para matarmos, tudo foi muito bem planejado. Ninguém notou que fomos nós que escolhemos o lugar pra "acamparmos". Isso foi perfeito, não foi Blackmoon? Compramos até um guia que falasse sobre Dead Woods há anos atrás, só pra induzi-los, e ninguém desconfiou. Nem perceberam que Blackmoon não precisou de mapa para vir pra cá, ele só disse que estudou a noite inteira e vocês acreditaram. Como poderíamos esquecer este caminho, não é Chefe? – disse ele virando-se para um Sawyer de feições apavorantes.

– Tolos! Todos tolos! Sabem de uma coisa? Não sei como agüentamos todo esse tempo para voltar a matar. Lógico, os comprimidos ajudaram muito a nos manter calmos e controlados, mas era difícil... Ah Blackmoon, você deu uma "mancada" quando estávamos vindo pra cá, sabia?

Blackmoon lançou-lhe um olhar severo, mas em seguida concordou. Lembrara-se qual foi a "mancada" que dera, mas não tinha a menor importância agora.

– Yvee até que viu Blackmoon tomando um comprimido, mas nem sabia o que era... nos "alimentamos" de remédios para controlar os nervos. Vocês nem perceberam... Idiotas... Enfim, vocês colaboraram muito, por mais perfeito que fosse nossos planos, demos escorregadas, não foi Blackmoon?

– Sim B.D. – ele confirmou. – Realmente vocês não prestaram atenção em nada. Mas deixaremos isto de lado e vamos falar do que interessa.

Bem que o Higor poderia vir nos salvar agora. Sei que é quase impossível, mas... Droga, ele nem sabe o que está acontecendo – pensava Josias, durante a breve pausa que Blackmoon fizera, decidindo por onde começar a história.

– Dei a idéia de vir pegar lenha – ele iniciara num tom de voz diferente. Triunfante. – Daí vieram Kaze, Derik e Eddy comigo. Vocês não vão acreditar, mas era exatamente o que eu queria. Deixei o bestalhão do Derik ficar com a Kaze, e eu fui seguindo com Eddy, nisso me separei dele. Fui para a nossa velha casinha e vesti a minha roupa, pra não me sujar com o sangue, e é claro, é lei um assassino ter suas próprias vestes. E logo em seguida fiz o serviço: o matei.

Blackmoon era frio. Sua voz era arrepiante. Parecia que um demônio havia o possuído, pois o Sawyer que conheciam nunca poderia ser um assassino. Sawyer era normal. Sawyer era um cara legal! Sawyer, o velho Sawyer, era um amigo! E era exatamente isso que ele queria passar, uma imagem totalmente contrária do que ele realmente era. Isso vale também para o Bob, infelizmente.

– Voltei rapidamente, – disse Blackmoon interrompendo as cenas imaginárias de Josias – deixei a minha roupa na casinha e encontrei Kaze sozinha. Foi perfeito! E quando eu ia aniquilá-la, o Derik apareceu, bem na hora. Maldito! Mas confesso, deu muita vontade de rir quando eu o vi sujo de sangue e lama. – Blackmoon olhou para Derik caído no chão, que sangrava descontroladamente. Josias era uma estátua sob a mira de duas armas. Estava calado. Não podia fazer nada. Se gritasse por ajuda, saberia qual seria o seu fim.

– Bem, – prosseguiu o assassino – voltamos pro acampamento e decidimos fazer a busca sem resultados, pois Eddy já estava morto. É claro que eu não queria que Derik me acompanhasse, ele é, ou melhor, ele era muito forte pra mim. Então quem veio foi o infeliz do Gary. – Josias queria retrucar. Você que é um infeliz. Mas achou melhor permanecer na escuta.

– Nos dois nos separamos aqui na floresta, eu e o Gary. Não perdi tempo e eu fui pra minha cabana pegar algo para matá-lo, mas pensei em algo melhor. Em vez de ir ao seu encontro, porque não atraí-lo?

Josias por um momento pensou. Como fez com a gente. Seu cretino! Assassino!

E como se Blackmoon tivesse lido sua mente, disse:

Uma noite em Dead Woods (COMPLETO)Where stories live. Discover now