Você gostaria de possuir magia? E se o método para obtê-la fosse obscura e perigosa e afetasse inúmeras gerações?
Martin, um jovem que achava que era tão normal quanto seus colegas de escola, terá que corrigir o terrível erro de uma sociedade enquan...
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Lilian olhou o filho perplexa. Mas não parecia muito surpresa, como se o comentário do filho fosse algo natural que qualquer adolescente passasse pelo menos uma vez na vida.
- Mãe, o que que eu sou? Porque tanta coisa estranha acontece comigo? – Continuou Martin vendo que a mãe não iria comentar o que acontecera.
Lilian fechou os olhos e respirou fundo, então abriu a boca para falar, mas na mesma hora a porta do quarto se abriu e um homem de jaleco branco entrou. Os dois voltaram suas atenções para ele, mas Martin ainda deu uma olhada de esguelha para sua mãe e percebeu uma expressão de alivio em seu rosto com aquela intromissão.
- Ah! Você acordou! Que bom! - Disse o médico moreno, com aparência jovem e que, pelas grandes olheiras que trazia nos olhos, parecia estar de plantão a muitas horas.
- Doutor, meu filho vai demorar para ter alta? – Martin achou que sua mãe queria puxar conversa com o médico para não ficar sozinha com ele e ter que responder àquela pergunta.
- Na verdade não, ele parece estar muito bem apesar das circunstancias...
- Circunstancias? – Perguntou Martin que não estava entendendo bem aquela conversa.
- Sim, você e aqueles dois, a menina e o outro garoto maior, tiveram muita sorte. Vocês estavam muito próximos àquela explosão e saíram quase que ilesos! Os outros dois meninos não tiveram a mesma sorte, estão na UTI com ferimentos graves...
Martin tinha até esquecido de Carlos e seus lacaios que também estavam envolvidos no acidente. Daniela e Carlos eram os que estavam mais próximos dele no momento da explosão. Será que ele teria, inconscientemente, protegido os dois quando foram atingidos? Os outros dois não teriam tido a mesma sorte.... Juca e Jorge estavam mais longe dele, então seu "poder" não teria chego até eles e por isso foram mais atingidos...
- Então Martin, eu vou libera-lo agora e você já pode ir para casa.
Os pensamentos de Martin voltaram novamente para aquele quarto. Sua mãe estivera fazendo várias perguntas sobre as condições dele ao médico.
- Só não esqueça de cuidar bem dessas suas feridas, principalmente a da cabeça! E volte daqui uma semana para tirar os pontos ok?
- Ok doutor.... – Respondeu Martin.
- Bom eu vou deixá-los agora para que se arrumem para deixar o pronto socorro...
- Obrigada por tudo doutor! – Disse Lilian agora mais satisfeita por ter tirado todas as suas dúvidas quanto aos cuidados com Martin.
O médico saiu do quarto e encostou a porta.
- Bom, já que podemos ir eu vou te ajudar a se levantar, não se preocupe que eu levo a sua mochila também...nós podemos passar naquela lanchonete que você adora e comer um sanduiche o que você acha? – Martin percebeu que sua mãe estava tentando escapar do assunto que estavam tendo antes da entrada do médico.
- Mãe....
Martin lançou um olhar a sua mãe tentando lembra-la de sua pergunta. Vendo que o filho não iria desistir de falar sobre aquilo ela consentiu.
- Nós vamos conversar, Martin. Eu acho que já é hora de te contar tudo. Mas vamos para casa primeiro está bem? Lá eu te respondo tudo o que quiser....
- De verdade?
Lilian acenou com a cabeça. Martin ficou satisfeito. Apesar de terem grandes conflitos entre eles, a maioria porque Lilian sempre se recusava a falar sobre seus pais e sobre as coisas esquisitas que aconteciam com ele, havia uma certa confiança entre eles e naquele momento Martin sabia que ela não estava mentindo.
O caminho para casa foi silencioso, mas Martin jurava que dava para escutar os pensamentos de sua mãe a todo vapor, tentando encontrar um meio de contar toda a verdade para ele. Ao chegarem, Martin foi o primeiro a entrar na casa. Largou sua mochila na entrada e, mesmo todo machucado, puxou logo sua mãe para a sala e estava determinado a segura-la ali para que não fugisse da conversa. Foi quando levou um susto ao reparar em um homem estranho sentado em uma das poltronas mais distantes da sala.
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