Capítulo 10 - Não foi culpa dele parte 1

42 18 76
                                    

Martin estava caído na grama verde manchada com seu sangue que ainda saia de seu abdômen

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Martin estava caído na grama verde manchada com seu sangue que ainda saia de seu abdômen. Sem conseguir respirar direito, sentia a parte de cima de seu quimono molhada e cada vez mais pesada. Sua visão já começara a ficar turva e só conseguia ouvir algumas vozes ao seu redor.

Alex havia parado seus ataques assim que atingiu Martin e desmaiara. Todos ainda estavam atônitos olhando para os dois caídos no chão. Mizu-daime foi quem reagiu mais rapidamente e com a própria camisa começou a estancar o sangue de Martin. Pedro e Emma apareceram ao seu lado preocupados com o amigo.

- Ele está bem? – Perguntou Emma desesperada.

- Vocês dois levem ele para a enfermaria agora! – Ordenou Mizu-daime.

Os dois juntos conseguiram levantar Martin e o carregaram até a enfermaria. A enfermeira quando viu os três chegando se apressou até eles e falou gritando, espantada.

- MAS O QUE ACONTECEU COM ELE?

- Foi um corte com uma espada – Explicou Emma

- Espada? Mas só espadas de madeira são permitidas para os alunos!

- Pois é foi com uma dessas – Falou Pedro

- Isso é impossível! Olha como ficou esse corte! – Ela já retirara a parte de cima do quimono do garoto para ver melhor o ferimento.

- Ele vai ficar bem? Está perdendo bastante sangue –Emma falava quase sem folego.

- Claro que vai! Eu sou a melhor enfermeira daqui garota!

- É claro, é a única enfermeira daqui. – Pedro falou baixo para si mesmo. A enfermeira provavelmente fingiu não ouvir aquilo e preferiu dar atenção ao seu paciente.

Depois de deitar Martin em um dos leitos, ela fez a mesma coisa que keyla havia feito na escadaria com Emma. Com as mãos em cima do ferimento, ela balbuciava algumas palavras e uma luz azul começou a brilhar e aos poucos a ferida foi se cicatrizando.

Apesar do corte já fechado e de não estar mais perdendo sangue, Martin ainda se sentia tonto e tentava entender o que tinha acontecido. Foi quando Keyla entrou de repente na enfermaria correndo e chorando.

- Martin! Como você está?? – Sua voz saia embargada.

- Ele vai ficar bem - Disse logo a enfermeira – Só precisa descansar e vocês três não estão deixando!

- Tudo bem. Deixa eles! – Martin conseguiu falar com a voz ainda fraca.

- Você precisa descansar garoto sabe quanto sangue perdeu??

- Nós já vamos sair! Só queremos ter certeza que ele vai ficar bem! – Falou Emma

- E..eu fiquei paralisada lá. N...não sabia o que fazer... d ...desculpa. – Keyla não parava de chorar.

- Não se preocupe! Eu e a Emma conseguimos dar conta dele! – Pedro tentou consola-la, mas ela chorou ainda mais.

- Fica tranquila, eu estou bem. Não foi nada demais! – Vê-la daquele jeito só piorava a sua situação. Além de se sentir fraco se sentia culpado por fazer a amiga chorar.

- Nada demais?? Você sabe quanto do meu Maná eu gastei agora com você para fechar todo esse corte garoto?? – Perguntou a enfermeira indignada.

- Desculpa... – Martin respondeu intimidado.

- Vocês três podem ir embora agora! Já viram que o amigo de vocês está bem! Vamos andando! Eu ainda tenho que dar cuidados a ele! Vamos! – A enfermeira expulsava os três empurrando-os para a porta.

Quando já estavam prestes a sair, a porta da enfermaria se abriu mais uma vez e Tsuchi-daime entrou apressada passando pelos três e pela enfermeira sem lhes dar atenção e indo em direção à cama onde Martin estava deitado.

- Martin-kun você está bem? Me contaram o que aconteceu – Perguntou se aproximando dele.

- Estou, eu acho..

A enfermeira veio logo atrás de Tsuchi-daime.

- Como ousa entrar dessa forma no meu espaço de trabalho?!

- Ora Filo! Não estou interessada em seus protestos neste momento!

- Escuta.... – Começou Filo vermelha de raiva encarando a professora.

- O que importa agora é o garoto! – Interrompeu Tsuchi-daime – Me falaram que ele estava com um corte enorme!

- Eu acabei de fechar aquela ferida do peito dele! – Disse Filo empinando o nariz e estufando o peito.

- Que bom que não teve nada mais grave. – Disse tsuchi-daime

- Mais grave?? Sabe o quanto me custou para fechar aquilo??

- Ah Filo, pelo amor de Deus, você sempre reclama até mesmo para curar um arranhão!

A enfermeira, com as mãos na cintura, começou a bater a ponta de seu pé direito no chão e lançou um olhar enfurecido à professora que não lhe deu atenção. Mas sem nenhuma resposta para aquele comentário ela apenas bufou.

- Ora essa, invade meu lugar de trabalho e ainda me ofende desse jeito! – Balbuciou passando por Tsuchi-daime em direção a uma prateleira de vidro onde pegou alguns remédios e separou em uma bandeja. E deixando em cima da cômoda ao lado de Martin ordenou – Tome estes remédios para se recuperar mais rápido!

Ela recolheu o material que tinha usado e saiu da enfermaria batendo o pé.

- Velha rabugenta... – Disse Tsuchi-daime em voz baixa observando a enfermeira indo embora e então se voltou novamente ao garoto - Martin quando estiver se sentindo bem, Rai-daime e Mizu-daime querem falar com você e Alex-kun.

- Ah...claro... – Respondeu Martin.

- Passarei amanhã pela manhã aqui para ver se está melhor e se estiver te levarei até os dois.

- Está bem – Martin estava com medo daquela conversa. Ele com certeza ia receber uma bronca. Será que poderiam expulsa-lo por causa disso? Não seria justo, ele só se defendera!

- Descanse então, nos vemos amanhã.

Tsuchi-daime se virou e foi em direção à porta onde o trio de amigos ainda estavam estupefatos observando a discussão da professora e da enfermeira.

- O que estão fazendo aqui ainda? – Perguntou Tsuchi-daime aos três – Vão andando! Vamos!

Os três obedeceram de imediato. Pedro ainda deu uma última olhada no amigo e acenou. Martin acenou de volta até a porta se fechar atrás de Tsuchi-daime deixando-o sozinho.

Talvez por causa dos remédios ou pelo cansaço, Martin caiu no sono um pouco depois dos amigos irem embora. Seu pesadelo veio atormenta-lo mais uma vez, mas dessa vez a voz que sempre lhe oferecia seu poder só o alertou. "Eu te disse! ".

Quando ele acordou o dia já tinha amanhecido, Filo entrara na enfermaria batendo as portas dos armários fazendo barulho. Ela ofereceu seu café da manhã ali mesmo e assim que terminou de comer Tsuchi-daime adentrou a enfermaria. Sem falar com Filo ela foi direto à cama onde Martin estava.

continua na parte 2...

O Guardião e a sociedade secreta - Livro 1 (COMPLETO)Where stories live. Discover now