Você gostaria de possuir magia? E se o método para obtê-la fosse obscura e perigosa e afetasse inúmeras gerações?
Martin, um jovem que achava que era tão normal quanto seus colegas de escola, terá que corrigir o terrível erro de uma sociedade enquan...
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- Está melhor hoje? – Perguntou ao garoto.
- Estou sim. Quase novo em folha! – Os cuidados e os remédios da enfermeira no dia anterior tinham feito efeito rapidamente. Martin achou incrível como a medicina mágica era tão eficaz.
- Ótimo! – Falou Tsuchi-daime. E se voltando a enfermeira – Presumo que ele possa ter alta agora?
Filo bufou e respondeu mal-humorada.
- Pode...
- Então vou leva-lo para conversar com os guardiões agora.
- Tome seus remédios antes de ir! – Disse Filo a Martin.
Martin engoliu os remédios que Filo deixara para ele na cômoda, agradeceu a enfermeira e saiu acompanhando Tsuchi-daime. Eles subiram até o último andar do castelo onde havia só um corredor curto e no final uma pequena porta de correr de madeira. A professora abriu a porta sem bater e quando entraram Martin pôde observar a enorme sala para onde ela dava que provavelmente era o quarto de um dos guardiões.
Como em todo o castelo não haviam muitos móveis decorando o espaço. Algumas prateleiras cheias de livros antigos cercavam o lugar, ao fundo havia uma cama baixa e duas luminárias japonesas flutuando, uma de cada lado da cama, e mais perto de Martin um kotatsu onde Rai-daime, Mizu-daime e Alex já estavam sentados tomando um chá.
Alex estava cabisbaixo, olhando para as próprias pernas, aparentemente perturbado. Rai-daime que falava alegremente com Mizu-daime imediatamente parou a conversa quando percebeu a presença do dois recém-chegados.
- Martin-kun! Como você está? – Perguntou Rai-daime gentilmente
- Melhor. – Respondeu o garoto ainda desconfiado.
- Sente-se – disse Mizu-daime mas duramente indicando uma almofada ao lado de Alex.
Martin se sentou e Tsuchi-daime ao lado dele.
- Filo cuidou bem de você? – Rai-daime perguntava com muita gentileza. Martin estranhou aquele clima tranquilo.
Mas antes que ele respondesse, Tsuchi-daime foi mais rápida.
- Aquela ingrata está sempre reclamando de tudo! Acreditam que ela quis me expulsar da enfermaria ontem?
- Ora Lani, vocês duas nunca foram com a cara da outra – Respondeu Mizu-daime e Rai-daime apenas concordou com a cabeça.
- Eu não tenho nada contra ela! – Retrucou a professora.
- Vocês vivem em pé de guerra desde que a humilhou quando ela não conseguiu curar seu namorado – Disse Mizu-daime.
- Isso faz mais de cem anos! Eu era jovem e inconsequente naquela época.
- Jovem na visão de quem? Cinquenta anos para os não-mágicos é mais que a metade de uma vida inteira – Zombou Mizu-daime.
