Capítulo 13 - Batalha na arena - parte 1

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Não estava sendo fácil

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Não estava sendo fácil. Nenhum livro que eles pesquisaram naqueles dias tinha dado uma pista sequer sobre o que era aquela poção. Não havia menção de nenhuma parecida com aquela. Por vezes tentaram fazer perguntas ao professor Takashi sobre juntar um ou outro ingrediente daquela poção sem ele perceber a real intenção deles, mas as respostas eram sempre as mesmas. "Não se mistura esses ingredientes! ", "Isso não serve para fazer poções", " Nunca coloque isso! Você quer se matar? ". Os quatro já estavam quase desistindo da investigação.

- Fala sério, eu acho que seu avô estava querendo era matar alguém com aquilo, você ouviu o que o professor Takashi falou quando perguntamos daquele ingrediente.... – Pedro parou no meio da frase ao ver o semblante do amigo.

Martin também pensara nessa possibilidade, se seu avô era realmente o vilão que todos diziam, poderia ser que aquilo fosse algum tipo de veneno para matar pessoas. A única coisa que desviara ele dessa hipótese era o "ingrediente inaceitável", para Martin, se alguém fosse matar uma pessoa nada mais poderia ser qualificado como inaceitável.

- Desculpa, eu não queria... – Dessa vez quem interrompeu Pedro foi Rufos que entrou no laboratório com Duke em seu encalço balbuciando alguma coisa sobre uma mentira.

- Oi! – Disse Rufos reparando em seus dois Kohais – Esqueci que hoje era sábado e vocês vinham mais cedo!

Duke que parara de falar assim que viu os dois garotos fez uma cara emburrada e foi para o seu canto habitual.

- E aí, do que estavam falando?

- Nada não... – Respondeu Pedro de imediato

- Que se você não iria parar de nos fazer ficar limpando as coisas e nos ensinar alguma coisa – A resposta veio automaticamente à boca de Martin, talvez fossem todos aqueles sentimentos borbulhando dentro dele que o fez falar assim.

- Martin!! – Pedro chamou a atenção do amigo cochichando – tem noção para quem você está falando isso??

- Tudo bem Pedro, ele tem razão.

- O que??? – Pedro ficou ainda mais surpreso com a resposta branda de Rufos.

- Eu estava mesmo pensando em começar a ensinar alguma coisa útil a vocês! Se quiserem mesmo, larguem essas vassouras e peguem aqueles computadores em cima da mesa no fundo da sala.

Martin e Pedro se entreolharam surpresos.

- E então? Vão ficar aí parados? Não querem aprender nada?

Os dois mais do que depressa guardaram seus equipamentos de limpeza e agarraram tudo o que tinha na mesa no fundo do laboratório e levaram até a mesa de Rufos.

- Martin tem umas ferramentas ali naquela gaveta, pega para mim? – Pediu o senpai.

Martin abriu a última gaveta do balcão em que estavam e encontrou as ferramentas, mas um outro objeto que rolou do fundo da gaveta lhe chamou a atenção. Um pedaço de madeira cilíndrico de uns 20 centímetros. Ele pegou o objeto e assim que o levantou sentiu um calor em seus dedos e achou ter visto uma minúscula faísca dourada saindo de sua ponta.

- O que é isso? – Perguntou ele a Rufos.

- Ual! É uma varinha mágica? Nunca vi uma de perto! – Pedro estava prestes a tocar no objeto quando Rufos surgiu de repente ao seu lado e segurou sua mão impedindo ele de toca-lo. Pedro o olhou confuso e Martin também percebeu o que tinha acontecido, mas Rufos tentou disfarçar, largou a mão de Pedro e falou.

- É...é uma varinha... os bruxos usam para...

- Canalizar sua magia.... – Interrompeu Martin – Já ouvi falar....

Martin também quis disfarçar fingindo não ter percebido a reação de Rufos.

- Essa varinha era da minha mãe e acabou ficando comigo depois que ela morreu. Mas não consigo usa-la.

- Claro, só bruxos conseguem. Como eles fazem? – Perguntou Pedro tentando continuar a conversa naturalmente sem questionar o que Rufos havia feito antes. Do jeito que era, o senpai podia ter um surto e atacar os dois se perguntasse.

- É só falar o encantamento, movimentar do jeito certo e ter o desejo de realiza-lo. Bom, pelo menos era o que minha mãe dizia.

- O que acontece se tentarmos? - Perguntou Martin.

- Nada. Ela não funciona. Se quiser ficar para você como lembrança, pode ficar. – Ofereceu Rufos.

- Posso mesmo?

- Sim, eu nunca te dei nada mesmo e vocês fizeram um bom trabalho aqui. – Disse Rufos sorrindo admirando o laboratório muito mais limpo e organizado do que quando os dois entraram ali pela primeira vez.

" Trabalho de empregados domésticos isso sim" Pensou Martin.

- Ei eu também dei duro aqui, não ganho nada não? – Reclamou Pedro.

- Ah! Não tem medo que eu te de algo perigoso que possa te atacar de madrugada? – Rufos perguntou rindo.

- Muito engraçado! Já me acostumei com você não tenho mais tanto medo...

Antes que Pedro terminasse a frase Rufos bateu na mesa com força fazendo um estrondo para assustar Pedro que deu um grito e um salto para trás esbarrando em Martin. Rufos começou a gargalhar e Martin riu junto com ele.

- Não tem graça nenhuma! – Falou Pedro irritado.

- Está bem! – Disse Rufos tentando parar de rir - Se eu encontrar algo que valha a pena eu te dou, prometo! Mas e ai? Vão me ajudar ou não?

Os três voltaram as atenções ao trabalho. Pedro e Martin estavam felizes por finalmente começar a fazer algo útil naquele laboratório e acabaram não vendo a hora passar, quando pararam a manhã inteira já havia passado.

- O que você vai fazer com uma varinha? – Perguntou Emma enquanto eles esperavam Keyla no salão principal.

Martin estava mostrando o presente que ganhara de Rufos. Naquela tarde eles iriam ao Mahouichiba procurar mais livros para pesquisar sobre a tal poção misteriosa.

- Mas não é incrível? – Perguntou Pedro

- É, se tivesse utilidade para nós. Mas aqui é só um pedaço de madeira esculpida. – Respondeu Emma

- Ah mais aposto que você nunca tinha visto uma! – Falou Pedro estufando o peito.

- Não... isso é verdade. Nem na Mahouichiba dá para encontrar uma dessas.

- Oi gente desculpa a demora. – Keyla chegou ainda colocando o braço na manga de um casaco.

- Que demora! Está tudo bem? – Perguntou Martin ajudando ela a colocar o casaco.

- Sim, estou....então....vamos? – Keyla ficou enrubescida e logo se afastou em direção à saída.

Emma abafou um riso e Martin percebendo perguntou.

- O que foi?

- Nada! – Disse ela rapidamente – Vamos?

Ela pegou no braço dos dois garotos e os puxou para a saída.

continua na parte 2...

O Guardião e a sociedade secreta - Livro 1 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora