Você gostaria de possuir magia? E se o método para obtê-la fosse obscura e perigosa e afetasse inúmeras gerações?
Martin, um jovem que achava que era tão normal quanto seus colegas de escola, terá que corrigir o terrível erro de uma sociedade enquan...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
- Aceite meu poder, eu posso te ajudar....
O cheiro de éter característico ao de um hospital invadiu suas narinas, mas Martin não conseguia abrir os olhos. Suas pálpebras estavam muito pesadas, seu corpo estava com o dobro do peso normal, se sentia muito fraco para se mover. Resolveu não fazer nenhum esforço e ficar parado como estava. De alguma forma sentia que estava na enfermaria, só não sabia como chegara ali. Ele ouviu o tintilar de vasilhas de remédios, Filo deveria estar ali mexendo em algo. A porta rangeu ao se abrir e vários passos adentraram o lugar.
- Como ele está Filo? – Era a voz de Rai-daime.
- Agora melhor, consegui curar algumas das queimaduras as outras estão melhorando aos poucos, mas ele continua desacordado. Nunca vi isso, um usuário de fogo sendo queimado!
Martin podia sentir de alguma forma que o estavam observando.
- Filo, poderia nos deixar um pouco a sós? – Pediu a voz firme de Tsuchi-daime.
- Essa agora! Me expulsando de meu próprio lugar de trabalho!
- É só por um momento Filo, prometo que não iremos tomar muito tempo, sabemos que você tem muito o que fazer - Pediu Rai-daime gentilmente.
- Só porque é você que está me pedindo Rai-daime.
Martin ouviu os passos de Filo indo ao seu escritório ao lado da enfermaria e batendo a porta com raiva.
- Essa...
- Lani, não é o momento. Vocês duas podem discutir depois – Repreendeu Mizu-daime.
- Você está certo – Concordou Tsuchi-daime
Martin sentiu que alguém se aproximara dele.
- Ele ainda está todo marcado pelas queimaduras. Kohei, como isso pôde acontecer? – Falou a voz de Tsuchi-daime.
- Acredito que não seja um fogo natural.
- Então aquela luz azul....
- Amaterasu – A voz de Rai-daime saiu quase num sussurro - Um fogo manipulado, modificado para queimar e consumir qualquer tipo de material. Nem mesmo o corpo de um manipulador de fogo pode resistir a ele.
- Um elemento maldito? Mas quem nesta academia poderia manipular um assim? – Tsuchi-daime parecia muito surpresa.
- Haviam muitas pessoas naquele lugar, algumas nem são atuais alunos da academia – A voz de Rai-daime parecia reflexiva - Mas ainda bem que não foi um fogo negro.
- Izanami – Mizu-daime falou com uma voz assombrada - Se tivesse sido esse fogo negro ele teria sido queimado até os ossos...nada consegue pará-lo...mas como ele saiu com vida e só pequenas queimaduras?
- Se eu estiver certo isso aqui de certa forma o salvou.
Rai-daime pegou algo que estava em cima da mesa de cabeceira, ao lado de Martin.
- Uma varinha? – Estranhou Mizu-daime.
- Onde ele conseguiu isso? – Perguntou Tsuchi-daime.
- Segundo seus amigos, Rufos-kun deu para ele de presente a varinha que foi de sua mãe.
- Porque ele iria querer isso? – Mizu-daime falou - Não tem utilidade nenhuma!
- Para um menino que cresceu longe de toda magia, uma simples varinha, mesmo sem utilidade, pode ser o objeto mais fantástico de todos.
- Se isso não funciona como é que salvou ele? – Perguntou Tsuchi-daime curiosa.
- Pode ser que ela tenha reagido sozinha quando foi atingida por magia.
- E isso é possível? – Mizu-daime também parecia interessado no objeto agora.
- Não sei, nunca estudei uma. Mas é a teoria mais plausível a qual cheguei.
- Mas, por Deus, temos que descobrir quem teria habilidade para manipular um elemento maldito! – Tsuchi-daime agora parecia angustiada - Nenhum dos atuais alunos tem essa capacidade.
- Não acho que seja um aluno nem uma das pessoas que vieram de fora.
- O que você está pensando Kohei? – Mizu-daime perguntara mais sério.
- Um intruso. Alguém que Jean infiltrou aqui – Um breve silencio se seguiu à frase de Rai-daime – É só uma possibilidade que pensei.
- Do que você está falando? Você acha que ele? Porque?? – Tsuchi-daime parecia incrédula.
- Não é a primeira vez que ele faz isso. Em outros anos notei alguns alunos que já entravam com um nível bem avançado para quem estava apenas começando.
- Você acha que...
- Que ele ainda está procurando o quarto guardião – Interrompeu Rai-daime - E está usando aqueles seus .... aquilo que criou.... os capangas dele para isso.
- Você quer dizer que uma daquelas coisas está infiltrada aqui? – A voz de Tsuchi-daime pareceu mais atemorizada dessa vez.
- Ele chegou em um nível tão avançado assim nessas experiências? Já consegue manter suas consciências humanas? – Mizu-daime estava mais assombrado que Tsuchi-daime.
- Acho que já faz um tempo que ele conseguiu isso – Rai-daime falou triste.
- Mas então....se ele estiver mesmo atrás do quarto guardião....você acha que o garoto....
- Não tenho certeza ainda – interrompeu Rai-daime novamente - Mas pode ser que sim...
- Como isso seria possível?
- Só Hi-daime saberia responder a isso, mas infelizmente não tenho como falar com os mortos.
Seguiu-se um minuto de silencio que Martin tinha certeza que os três o observavam.
- Vamos, vamos deixa-lo descansar... Filo também tem muito trabalho por aqui, não quero atrapalha-la – Falou a voz de Rai-daime.
Martin escutou os três guardiões saírem e fecharem a porta.
Nos dias que se seguiram ele permaneceu na enfermaria ainda se recuperando das queimaduras. Berto e os outros que participaram do time vieram fazer uma visita no dia seguinte ao acidente. Martin ficou sabendo por eles que tinham ganho a partida, ele havia conseguido passar todo o campo inimigo e havia desmaiado só depois. Ninguém vira como ele fizera aquilo, só tinham percebido uma luz azul e depois encontraram seu corpo estatelado no chão.
Já Emma e Pedro o visitavam todos os dias.
- Nós só ficamos sabendo que a tua guilda ganhou uma hora depois da disputa terminar! – Contou Pedro na primeira visita deles – Tinha muita poeira e fumaça naquele lugar, ninguém conseguia ver nada foi uma loucura! Nós fomos te procurar depois, mas Mizu-daime nos falou que tinham trazido você para cá, nem sabíamos o porquê.
