PRÓLOGO (parte 1)

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OLÁ eu disse que faria, e decidi betar NÓS

Betar vai significar corrigir erros de ortografia, colocar travessões, mas também corrigir erros no enredo da história, e quem sabe dar mais atenção para algumas partes.

Aos leitores novos, não se desesperem, leiam os três capítulos de prólogo para saberem se querem continuar, porque antes disso garanto que é impossível saber algo sobre a história com certeza total.

DÊEM UMA CHANCE. <

Obs: a narração do primeiro capítulo é cortada, de maneira quase sufocante, mas é proposital. No FIM DA HISTÓRIA vocês vão entender absolutamente tudo. (ainda aos leitores novos)

😊💜

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Há apenas três coisas em meu quarto de apartamento.

Uma cama simples. Um closet. Uma estante.

Optei por não ter nenhuma televisão em meu quarto, mas tenho livros. Uma porção deles, embora sejam parecidos. Os humanos humanos jamais leriam esses livros, já que nenhum deles traz aquilo que eles mais prezavam. Mas parte deles, eles mesmos escreveram. A cozinha pequena, apenas com uma chama e espaço para armazenamento. Banheiro.

Mesmo sem televisão em meu quarto, a mensagem holográfica chegava, fosse em meu bracelete, ou na tela de vidro da janela, bem à minha frente. Era sempre a mesma, eu poderia recitar completa sem pensar muito, até mesmo imitando a voz robótica do Olho. Mas de qualquer forma, teria de interromper minha leitura sobre a invenção a centenas de anos do que chamavam "internet", mas hoje é o Olho. Os sistemas de navegação são o Olho. O sistema que utilizam para nos identificar é o Olho. As marcas dos alimentos. O quadro em minha parede. A cidade em que vivo.

O que chamaram de amor, destruiu o mundo. — A voz no aparelho começou o documentário. Eu olhava fixamente para a tela, agora de fato prestando atenção. Aquilo fazia parte de minha rotina de uma maneira, que eu não poderia ignorar, nem se quisesse. Todo dia, ás oito e trinta, em ponto. Todos chegavam de seus trabalhos ás dezenove horas, tinham sua curta rotina de banho, alimentação, era checado para verificar se cada um estava em seu devido apartamento, certamente. Oito e meia em ponto.

A tela se iluminava, e o discurso começava. Era o lembrete. A única música, talvez.

Então vinham as imagens.

Guerra. Fome. A extinção da espécie.

O Olho fez A Espécie sobreviver, mas restaram poucos. E o mundo lá fora?

Ele não existe mais, há provavelmente cento e setenta anos. Animais ferozes dominaram a terra após a Grande Extinção, espécies gigantes, monstruosas. O Olho nos mostrou isso.

Os sentimentos destruíram o homem. Ódio é não ter escrúpulos. E isso leva a morte.

Mas o Olho salvou A Espécie, que se tornou um só. Você se tornou apenas você mesmo. Salve A Espécie. Mantenha sua mente blindada. — continuou. A última frase escapuliu de meus lábios, acompanhando a voz metálica sem esforço:

— Não tocar. Não sentir. Proteger. Isso nos faz fortes. O Olho vê você. O Olho é você.

A tela então ficava completamente escura, apenas uma leve tonalidade um pouco mais visível, com o perfeito desenho de um olho se movendo, de um lado para o outro, frenético, até apagar completamente.

Encaro o vidro por mais algum tempo até puxar meu livro de novo.

Doce criatura o escreveu, acharam tão incrível a possibilidade de se comunicar com o outro. Mal sabiam o que esse simples poder causaria. No fim do livro, o "Capítulo de reflexão" sempre vinha. Em todos eles. O autor era o mesmo em todos, como uma entidade que assina qualquer documento.

NÓS | Jikook [CONCLUÍDA] (BETANDO)Where stories live. Discover now