NÓS | Jikook [CONCLUÍDA] (BETANDO)

Você

JIMIN

Ele não parava.

Fazia dias que me sentia vigiado, no trabalho, no caminho para o apartamento.

Eu não sabia o que ele estava pensando, mas se me denunciasse, eu o levaria junto.

_Jimin? _ouvi Taehyung atrás de mim, me chamando. _Você vem?

Olhei para trás novamente, me certificando de que estávamos sozinhos, antes de seguí-lo.

A questão era que: Jungkook, um dos pintores, estava aparentemente interessado demais em tudo que eu fazia.

Eu o observei por dias, notando como se aproximava de mim no elevador, me encarava nas aulas de movimentos corporais, e olhava para mim, como se esperasse algo cada vez. Mas eu não entendia o que eu teria a oferecer, então obviamente imaginei o óbvio.

Ele quer me entregar.

Talvez ele odiasse meu trabalho, talvez me odiasse, talvez apenas quisesse.

Em qualquer uma dessas opções, uma afirmativa era correta: Ele também não toma supressores.

Nenhum de nós entendia completamente como a distribuição desses medicamentos funcionava, se ocorria pela comida, bebida, vacinas, cápsulas, ou por todas essas vias. Talvez o outros ingerissem suplementos imaginando que fossem vitaminas, minerais ou aminoácidos, quando na verdade fossem supressores de hormônios hipotalâmicos.

Sem felicidade. Sem prazer. Sem estímulo, tristeza, raiva, alegria, dor. Uma casca vazia e perambulante.

E era por tudo isso que precisava encontrar uma maneira de afastá-lo.

No entanto...

_Bom dia, Jimin. 

Não importava o quão frio eu tentasse ser, ele sempre olhava para mim daquela maneira. Esperando algo.

E isso me incomodava, até mesmo na hora de dormir.

Eu sempre acabava encarando a parede que separava meu apartamento do de Jungkook.
Neguei com a cabeça, me virando para o lado e tentando dormir.

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Ele chegou, e percebi quando parou para ver minha tela. E depois, passou a olhar para mim. Eu não entendo.

_Tem alguma coisa no meu rosto? _perguntei, me sentindo irritado. Queria que soubesse que eu tinha percebido, e fosse o que fosse que estivesse tramando, eu iria descobrir também. Notei como ele olha tudo e todos ao seu redor, observando nossos trabalhos, nossas atitudes.

Ele apenas abaixou a cabeça. _Não.

...
"Devido à falta de água, aconselha-se um único banho ao dia, até que o racionamento seja solucionado."

_Não acredito. _falei, voltando para a sala, após a refeição terrível.

Ele de novo.

_O que está fazendo na minha tela? _perguntei, tentando manter uma expressão facial que não me entregasse. Ele estava parado próximo à ela, parado.

_Nada. _respondeu, parecendo surpreso pelo tom de voz, apesar da expressão em branco.

...
Era sempre assim. Suas respostas negativas me deixavam ainda mais intrigado e desconfiado, e a cada passo e atitude sua, eu estava ali para observar. Mas aos poucos...

...
_Eu não estava bisbilhotando! _disse, parecendo ofendido depois de outra acusação minha.

_Eu estava.... _brincando. Mas se dissesse isso em voz alta, seria me entregar completamente. Se é que esse garoto sabe o significado dessa palavra.