Três meses após a batalha de Hogwarts, um Harry relutante decide voltar ao castelo para o sétimo e ultimo ano, entre as disciplinas do novo ano estão "curar as feridas", e "recomeçar" e quem sabe se reconectar ao mundo em luto dos bruxos.
Em meio...
Ainda tinha que comprar minhas vestes. Seria muito estranho pedir para Potter me acompanhar? Nunca pensei que poderia trocar mais que duas palavras sem insultar o cicatriz. E aquela mão me segurando? O que foi aquilo? Por Merlin, uma experiência com toda certeza nova.
- Estou indo comprar as vestes para as confraternizações e aulas com Potter. Vamos, Potter!? – falei para meus pais, indicando com a cabeça a loja Madame Malkin. – Roupas para todas as ocasiões.
- Vamos?
- Sim, vamos – disse, empurrando-o.
- Nos encontrem no Caldeirão Furado em duas horas, Draco – falou minha mãe com uma expressão confusa em seu rosto.
Iniciativa. Se vou tentar não ser inimigo de Potter, tenho que ter iniciativa. Potter deve ter um pequeno retardo mental para essas coisas. Fico me perguntando como ele fez tanta coisa sendo tão lento.
- Ande, vamos logo, Potter. Quem sabe com um pouco de sorte a loja não esteja tão cheia de pessoas. Ainda possui vestes a rigor? Ou vai nos poupar do vexame e não participar do Baile de Inverno?
- Gina me mataria se não fosse, então aí está sua resposta.
- Ah, vocês ainda estão juntos?
- Sim, estamos – respondeu Harry a contragosto.
- "Sim, estamos." O que acontece? Não gosta mais dela?
- Bom, acho que gosto, mas não como antes.
Isso me faz sentir bem por algum motivo estranho que me recuso a pensar agora. Decido não tocar mais no nome da garota Weasley.
- De qualquer forma, o seu pomposo leão interior vai aparecer para se exibir! – digo, tentando voltar ao clima anterior.
- E você já pensou com quem vai?
- Está pensando em me convidar, Potter?
- Você iria comigo? – brinca.
- Pare com isso. Entre logo. – digo corando.
- Isso é um sim?
- Não.
- Então isso foi um não?
- Não. – digo piscando para ele, entrando nesse jogo doentio.
Potter entra na loja animado, e para nosso azar, está cheio de alunos. Por sorte, aparentemente, a maioria são primeiranistas empolgados. Não consigo imaginar que já fui tão pequeno e irritante.
- Foi aqui que nos conhecemos, lembra? - Sussurra Harry em meu ouvido.
- Vagamente. Meu cérebro confunde esse acontecimento com o de você recusando minha amizade nas portas do Salão Principal.
- Você era um verme asqueroso. Teria feito o mesmo, aposto.
- Eu era uma criança! – digo falsamente ofendido.
- Haha. Tudo bem, tudo bem. Vamos ali com aquela vendedora bruxa desocupada.
Compramos as vestes e saímos da loja em menos de meia hora. Aparentemente, o salvador tem preferência em filas.
- O que fazemos agora?
- Acho melhor eu tentar encontrar os Weasley's agora, tudo bem?
- Ah, sim, tudo bem. – digo tentando disfarçar a decepção em minha voz.
- Então, te vejo no castelo. Vou ser o cara com a cicatriz na testa.
- E eu o com cara de tédio.
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Nos despedimos com um embaraçoso e prolongado aperto de mão. Enquanto sigo para o Caldeirão Furado, reflito que não sei o que está acontecendo comigo, mas começo a pensar verdadeiramente que consigo não ser inimigo de Potter. Obviamente, essa foi uma situação isolada. Será totalmente diferente em Hogwarts quando ele estiver cercado com tantas pessoas e aquela namoradinha... Espero que Zabini volte para o castelo. A queda que ele tinha pela Weasley com certeza livraria Potter de seu dilema. Mas não entendo a minha preocupação com tal assunto. O que Potter faz ou deixa de fazer é da conta dele. Então, essa irritação surge de onde? Argh...
