- CAPÍTULO QUATORZE - Você nunca perguntou

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A semana começou e terminou, os primeiros ventos de outono sopravam por todo o terreno do castelo trazendo uma brisa cálida muito bem vinda, a rotina tomava conta de todos, os estudos para os NIEM estavam de vento em popa, os estudantes encontravam-se nervosos com a perspectiva de futuro bem a sua porta, pela primeira vez em muito tempo um futuro que não envolvia um lorde louco tentando transformar tudo em uma distopia era possível, mas em meio ao caos da rotina escolar, uma atividade começava a tomar conta do castelo, começou com um burburinho, e transformou-se no assunto do dia que logo se iniciaria, era chegada a hora do quadribol, os testes para as posições dos times foram anunciadas, os velhos jogadores não teriam sua posição garantidas, teriam que enfrentar os testes como todos os outros, e não seria diferente para Harry Potter.

Harry nunca teve de fato que passar por tal teste antes, seu talento era nato, era o melhor apanhador que a Grifinória teve em anos, estava em seu sangue como um dia sua amiga dissera, corria em suas veias, sua paixão pela velocidade fora herdada de seu pai, o garoto sempre tivera um espirito inquieto, uma necessidade de se pôr em movimento, só Merlin sabia como ficava transtornado quando tinha que ficar parado por muito tempo, entediava-se com facilidade, mas era excelente em esconder tal aflição.

Era sábado de manhã, o sol começava a nascer, Harry acordou mais cedo que o de costume, logo em um final de semana, havia planejado acordar mais tarde naquele dia, mas os roncos de Ronald Weasley poderiam ser ouvidos por todo o dormitório.

- Droga Ronald – murmurou o garoto para si mesmo.

O garoto sentou-se em sua cama e se espreguiçou, ainda com olhos embaçados tateou em busca de seus óculos, momentaneamente sua atenção foi capturado pelo jovem rapaz que dormia tranquilamente na cama ao lado, Draco Malfoy estava sem camisa apenas com sua habitual calça pijama, seu lençol fora parar em seus pés, o garoto respirava serenamente, Harry não pode deixar de admirar o corpo pálido do garoto, a sua pele "bonitinha" como estranhamente estava começando a se acostumar ao pensar nela, o garoto tremia levemente de frio, acordar todos os dias com ele tão próximo a si estava definitivamente mexendo com sua cabeça, quisera ele que fosse apenas a cabeça com sua massa cinzenta a ter vida própria... Harry não conseguiu lutar contra o impulso de levantar-se e ajeitar o cobertor no jovem, demorando-se mais que o necessário em realizar a tarefa.

- Uma pena prefiro do outro jeito – não conseguiu deixar de pensar.

Aproveitou que já estava desperto e decidiu ir tomar um banho para então descer para o campo de quadribol, quando a água molhou seu rosto, começou a pensar que não sabia quando havia sido a ultima vez que voou em sua firebolt apenas por voar, sentir o vento em seu rosto, bagunçando seus já bagunçados cabelos, voar sem fugir de alguém querendo o matar.

Passou na cozinha apenas para pegar uns pãezinhos para comer enquanto ia para o campo.

- Bom dia Winky – disse Harry para a elfa.

- Bom dia meu senhor – respondeu a criaturinha com sua voz aguda, Harry percebeu um cheiro forte de bebida vindo dela – Se o senhor tivesse chegado um pouco antes teria visto o gêmeo pálido sair daqui.

- Jorge? Mas ele ainda a pouco estava dormindo, como seria possível ele ter chegado aqui antes de mim?

- Não sei, meu senhor, esse castelo possui várias passagens, mas ele apenas atravessou por aqui, veio e foi embora, estava à procura daquele Poltergeist maldito, que puxa as orelhas de Winky, e sempre fala do seu grande nariz de batata.

- Não ligue para pirraça Winky, mas caso você ainda não saiba basta chamar pelo Barão sangrento que logo ele vai embora – respondeu Harry.

- Oh meu senhor, mas Winky teme o barão mais que ao pirraça, Winky detesta os tipos violentos.

A Redenção da SerpenteWhere stories live. Discover now