- CAPÍTULO DEZESSEIS - Armadilhas, Elfos e Voyeurismo.

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Não existe castelo cuja escuridão seja mais escura que a do castelo de Hogwarts, mas ao contrário da quietude que noites como essas costumam trazer, os corredores do castelo vibravam com as promessas de assombrações, não era incomum ouvir correntes sendo arrastadas pelo chão, perseguições entre barões e poltergeist's, cavaleiros pulando de quadro em quadro perturbando o sono de pinturas desbotadas, mas entre toda essa confusão assombrosa de espectros, nada era mais triste do que as lamentações de alguns dos fantasmas, condenados a ficarem presos por toda eternidade em uma semi-existência, desejando o sopro de vida que antes os habitavam, mas sem jamais conseguir tal efeito ao atravessar paredes, e os corpos dos vivos, o mais espantoso era que para alguns essa existência era aceitável, e portanto não almejavam outra coisa a não ser a sua não morte, mas não era o caso de uma figura pálida que espreitava as masmorras do castelo, em busca de uma falha no feitiço que o permitisse adentrar aqueles aposentos.

Fred Weasley não dormia, uma coisa que ele aprendeu nesses últimos meses, foi que não há descanso para os amaldiçoados, mas isso não o impedia de tentar vigiar os sonhos dos vivos, o que ele poderia fazer? Nunca morreu antes, essa era sua primeira e última vez, até onde sabia... Nas ultimas semanas o jovem fantasma vinha planejando deixar-se ser visto pelo seu irmão, mas seus planos iam por água abaixo todos os dias, não tinha coragem suficiente para se revelar, decidiu então que tentaria uma conversa a noite talvez, quando apanhasse Jorge a sós, mas era como se o destino não quisesse que tal coisa fosse feita, pois tamanha foi a sua surpresa quando percebeu que até mesmo os "poderes" de travessia de paredes de fantasmas conhecia o seu limite no castelo, aparentemente ele não poderia atravessar para as masmorras da sonserina, pois na ocasião de sua morte ele era tão grifinório quanto qualquer um de seus melhores amigos, e por esse ridículo motivo só era permitido para pessoas ou melhor dizendo fantasmas iguais a ele livre acesso aos corredores e cômodos considerados neutros do castelo, ou seja, aqueles que não possuíam divisão entre casas, escadarias? Ok, grande salão? Ok, biblioteca? Ok, os terrenos do castelo? Ok, salas dos professores? Ok, sua antiga casa Grifinória? Ok, mas as masmorras? Território sonserinos? Definitivamente Não... acesso negado!

O rapaz fantasma sabia que precisaria usar toda sua esperteza para pensar em um plano que o colocasse frente a frente com seu gêmeo, e para isso ele teria que atrair o barão sangrento. Para que tal estratagema desse certo o poltergeist Pirraça deveria ser usado como sacrifício, mas como convencer um espirito do caos que só obedece a si mesmo? Fred decidiu que a melhor coisa a se fazer seria iniciar uma confusão na madrugada...

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Winky a elfa livre se embebedava tristemente em seu turno na cozinha do castelo, encontrava-se em um estado deplorável até mesmo para os padrões dos elfos domésticos

- Oh que desgraçada sou, winky, winky, a elfa livre, sem amigos, sem mestres – guinchava com sua voz aguda – sozinha, sozinha! Mil cairão a tua direita e mil a teu lado, ah meu senhor Bartolomeu porque me deixastes e não me levou?

A criaturinha batia com a garrafa de xerez em sua cabeça, seus enormes olhos castanhos vertiam em lágrimas, de seu nariz do tamanho de um tomatão escorriam secreções, se a chefe de Winky, Tilla a visse assim perto das louças seria seu derradeiro fim finalmente... A pobre criatura estava com a visão tão embaçada que não percebeu até que fosse tarde demais que as panelas voavam por toda cozinha fazendo um barulho terrível que com toda certeza acordaria em instantes todos os elfos da cozinha.

- Winky! Sua estupida o que está aprontando agora!?

- Ora essa, não estou fazendo nada, apenas estou aqui bebendo dessa água de gosto estranho – respondeu confusa para Tilla.

- Torço para que chegue o dia em que a garota dos cabelos crespos comece com a sua ideia estapafúrdia de deixar meias pelo castelo novamente e eu encontre uma e fique finalmente livre dessa loucura, estou velha demais para isso! – disse Tilla.

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