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Mau Pressentimento

Acordo no dia seguinte com uma dor de cabeça gigantesca, parece que tinham tacado um martelo em mim. Abro meus olhos com certa dificuldade, olho o lugar e lembro que não dormi em casa. Viro de barriga pra cima e vejo que Christopher estava dormindo ao meu lado ainda. Eu poderia estar arrependida de mil e uma coisas da noite passada, mas do cara que estava ali, eu com certeza não estava.

O observo dormir por uns minutos, e ele tinha os traços tão perfeitos, o maxilar maravilhosamente feito pelas mãos de Deus, a boca tão lindinha que mal dava pra imaginar que poderia sair as maiores sujeiras dela. Também não pude deixar de reparar o tamanho da testa e o cabelo um tanto ensebado que não havia percebido na noite passada. É... ninguém é perfeito, por que ele, mero macho, seria? Fico assim por alguns segundos a mais, até cair na realidade e perceber que tenho uma vida fora daquele paraíso momentâneo.

Tento levantar sem causar muitos movimentos que o façam acordar, mas assim que estava vestindo minha blusa, vejo que não surtiu efeito.

— Ia embora sem nem ao menos se despedir de mim? — ele diz, bocejando logo em seguida. E isso por incrível que pareça, o deixou ainda mais bonito. Oh Deus, por que colocas esses pecados em minha vida?

— Eu preciso voltar pra casa, ainda tenho algumas coisas pra fazer e tenho que encontrar meu pai hoje. — digo e ele faz um biquinho que quase me fez derreter por inteira. Uma noite com ele e eu já estava parecendo uma completa idiota. Ótimo.

Assim que me levanto - resistindo aos encantos daquele homem - ouço uns barulhos vindo do andar de baixo, mas ignoro e vou pro banheiro. Parecia que estava chegando gente, só espero que não sejam os pais dele. Eu estranhamente estava com um pressentimento ruim e ao mesmo tempo bom. Parecia que o universo queria me dizer alguma coisa, mas infelizmente não sou adivinha. E só por hoje, eu iria deixar o pressentimento ruim passar.

Assim que saio do banheiro vestida decentemente, encontro um Christopher com um casaco amarelo, sapato e calça pretos, mexendo no celular. Eu não me cansaria de dizer o quanto ele era lindo, mas ele com certeza era o típico cara que não poderia ser elogiado assim, porque o ego já cresce incessantemente.

— Tava só te esperando pra descer. Vou te apresentar aos meus amigos, e não, isso não estava nos meus planos. Mas eles chegaram bem cedo hoje, então espero que goste deles.

Pego minha bolsa e meu salto que ainda estava largado pelo quarto e o acompanho. Conforme íamos descendo, as risadas eram cada vez mais altas. Logo vejo 3 garotos muito bonitos, ambos rindo de algo na televisão. Assim que eles percebem minha presença ali voltam toda atenção para mim, o que me deixa um tanto sem graça. O garoto loiro não demora muito pra abrir um sorriso e acenar, e eu obviamente retribuo.

— Bros, essa é a Melanie. Melanie, esses são Zabdiel, Richard e Erick — ele aponta e todos sorrimos rapidamente uns para os outros, e naquele momento eu tinha me simpatizado de cara com o tal de Zabdiel — Onde que o Joel está? — Joel... eu jurava já ter escutado esse nome em algum lugar. Mas é óbvio, existe milhões de Joels por aí, Melanie. Dã.

— Ele foi comprar café e uns donuts. Já já ele tá de volta, se quiser esperar, Melanie. — Erick diz, mas só consigo prestar atenção nos olhos dele. Eu estou rodeada de homens lindos, não to muito acostumada com tanta bênção de uma vez. Antes que eu pudesse dar uma resposta, Christopher toma a frente estranhamente.

— Ah, a Melanie gosta de donuts, não é verdade? — com aquela frase várias interrogações se formavam na minha cabeça. Ou eu estava tão bêbada a ponto de falar da minha vida pra ele, ou ele tinha me investigado.

— É, eu amo donuts. Como você sabe? — ele ri, mas ninguém ali tava achando graça, muito menos eu.

— Desculpa. — ele se recompõe — Você falava de donuts enquanto dormia, então deduzi que você gostava — senti meu rosto ficar quente, o nome disso era vergonha. Nem eu sabia que eu falava enquanto dormia. Meu Deus, será por isso que eu não dormia com alguém há muito tempo?