Certas coisas não mudam.

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"— Posso saber o que está acontecendo aqui? — me virei e Christopher estava parado com os braços cruzados e uma cara nada, mas nada agradável."

— Eu e Joel estávamos conversando e eu acabei desabafando sobre algumas coisas. — alternei o olhar entre Chris e Joel enquanto explicava, apesar de não ter que dar explicação alguma para ele.

— E precisa conversar abraçando ele? — perguntou ele, para o meu desgosto. Sei que ele não é babaca, mas está agindo como um.

— Preciso, porque somos amigos. Não é, Joel? — Joel parecia estar distante quando balançou positivamente a cabeça, concordando comigo. Especulei que ele preferiu não se intrometer nesse ciúme bobo do Christopher. Perguntas idiotas, tolerância zero.

— Amigos? Jura? Logo você que achava que ele te odiava, tinha até cisma com isso. Uma vez até chamou ele de grosso e mau educado.

Travei meu maxilar e fiz a minha melhor cara de brava para que Christopher entendesse que eu estava com raiva e para que parasse de tocar nesse assunto. Virei para o lado e Joel me olhava incrédulo. Nesse momento eu já estava pedindo a Deus com todas as forças pra que ele não passasse a me odiar de verdade agora.

— É sério que você falava isso? — perguntou Joel. Ele me olhava de um jeito que me fazia sentir suja, completamente suja.

— É sério.

— Jura?

— Juro.

— Ah, é?

— É.

Mordi o lábio e fechei os olhos esperando ele despejar algumas palavras em cima de mim, mas tudo o que ele fez foi soltar uma risada, para minha total surpresa. Abri os olhos confusa. Observei os olhos de Joel se fecharem, quase que totalmente enquanto ele ria - o que era uma cena rara -, e fiquei algum tempo fixa naquilo, como se não pudesse sair.

— Tá tudo bem, eu realmente fui essas duas coisas com você, me perdoa. — meu coração, que antes batia mais rápido que tudo, pareceu instantaneamente aliviado. Ri de nervoso por um segundo e não consegui falar mais nada, nada saía da minha boca.

— Vem, vamos entrar, já está na hora de crianças como vocês estarem dormindo. — Christopher abriu a porta para que passássemos. O verdadeiro cavalheiro voltou.

— Uma criança que você beija, acha isso certo? — falei brincando. Ele apareceu analisar um pouco antes de me dar uma resposta.

— É como dizem né, criança que faz outra criança já não é mais criança. — não me segurei e ri. Joel já tinha ido na frente, então não tive que me preocupar se ele ficaria desconfortável com esses tipos de comentários que o amigo dele fazia comigo. Quem olhava de longe não poderia perceber, mas Christopher e Joel são pessoas bem diferentes, isso pela minha concepção e levando em conta o fato que os conheço há pouco tempo. Posso estar enganada, mas tenho quase certeza que não estou.

Balancei a cabeça ignorando a comparação entre os dois e segurei nos ombros de Chris, o levando para dentro e ele logo me virou, puxando-me para um abraço.

— Será que a criança aqui pode dormir com você hoje? — faço beicinho, já desvencilhando-me do abraço para olhar melhor pra ele. Christopher me encara o suficiente para eu ficar incomodada. Era estranho as pessoas te olharem por muito tempo, ainda mais diretamente nos olhos. Mais um pouco e eu perderia todo o ar ali.

— Você é muito linda, sabia? — ele coloca uma mecha do meu cabelo para trás da orelha e sorri. — E respondendo sua pergunta, você não só pode, como deve dormir comigo hoje. — ele me dá um selinho e me guia até a escada.

UncoverWhere stories live. Discover now