Conto 2: Uma Nerd em Apuros

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Caminho apressada pelo estacionamento da faculdade tentando não tropeçar em meu próprios pés, em direção ao meu fusca branco. E em pensar no meu tão amado fusca, o qual não troco por nada, lembro que tenho que o mandar pra uma revisão, e também reparar o farol direito; digamos que ele esta meio que caolho. Percebo o contraste berrante entre meu carro e os outros, mas dou de ombros nem me importando.

Paro em frente a porta do meu fusca tentando equilibrar meus livros de economia em meus braços, ao mesmo tempo que tento pegar as chaves do carro na minha bolsa, e claro que não da muito certo e acabo deixando meus livro caírem; bufo indignada comigo mesma. Porque isso sempre acontece comigo deus? Conto até dez pra não perder a paciência e dar uma de louca no estacionamento. Não preciso que o pessoal da faculdade me ache mais estranha do que já sou.

Acho a chave do carro e abro o mesmo com um pouco de dificuldade, jogo minha bolsa no banco do carona e me abaixo pra juntar minhas coisas caídas no chão, todas desorganizadas; simplesmente as pego e coloco junto com minha bolsa. Sento no banco do motorista e giro a chave na ignição; nem sinal do meu fusca, giro mais uma vez e ele afoga e morre. E a minha vontade é de chora, mas me controlo, respiro fundo e giro a chave mais uma vez, e dessa vez o meu amado fusca reagi à vida, e eu suspiro aliviada; arranco dali antes que ele resolva me deixar na mão. Resolvo de ultima hora passar na oficina, pois não posso ficar na mão nessa semana de provas e avaliações.

Depois de uma hora na oficina do seu Oswaldo, enquanto ele reparava meu fusca e eu vazia a contabilidade do seu estabelecimento, o meu carro fica pronto. É sempre assim, eu faço as contas e ele me da um desconto; mas dessa vez nem o desconto me salvou; toda minha reserva foi no reparo do carro, eu so recebo meu auxílio mês que vem. Mas valeu a pena, pois sinto a maciez do meu fusca ao dirigi-lo.

Estaciono na frente da minha "casa" e vejo uma picape esporte diferente; deve ser visita pro vizinho de cima, ajeito meus óculos de armação grossa para enxergar melhor; e realmente a picape esta estacionada no meu pátio.

Puxo o freio de mão do meu fusca, e boto minha bolsa no ombro pegando meus livros nos braços; desço desajeitadamente do carro e o fecho. Tento guardar as chaves do mesmo na bolsa, mas acabo deixando-a cair no chão; bufo irada comigo mesma, e me agacho pegando a chave e à colocando dentro da bolsa com uma certa violência; caminho a passos duros até a porta dos fundos. Depois de mais uma luta pra achar as chaves da porta dentro da bolsa, eu não consigo acertar a fechadura, meus livros estão quase caindo dos meus braços; e eu estou ficando irritada ja quase chutando a porta que não tem culpa de nada.

Sinto uma presença ao meu lado, uma mão grande arranca as chaves dos meus dedos com impaciência, e a coloca corretamente na fechadura abrindo a porta pra mim passar; olho para cima dando de cara com olhos castanhos amendoados: "Vim receber pelo serviço da semana passada." Ele diz atrás de mim já na sala improvisada da minha casa já que ela é junto com a cozinha, que só é separada pela mesa de jantar, que fica praticamente no meio do caminho. E jesus! Que voz é essa?!?! Esta mais gostosa do que eu me lembro. E ah sim, esse homem é o Simon, ele é o pedreiro que veio arrumar as infiltrações da casa, que estava dando bastante dor de cabeça para mim e para o vizinho de cima.

Simon é um belo espécime masculino, no auge dos seus trinta e poucos anos, pele morena mas ainda sim clara, corpo definido devido ao trabalho braçal; cabelos castanhos que condizem com seus olhos, raspados dos lados acima das orelhas onde tem consideráveis fios grisalhos. E a barba por fazer que o deixa com um aspecto de lenhador das montanhas.

Lembro que fiquei meio abobada com a beleza desse homem, que estava todo suado com o trabalho pesado. Balanço minha cabeça buscando minha serenidade habitual, e olho para Simon, que continua parado na minha sala; e bom ele ocupa uma parte bem considerável dela com seu tamanho todo. Tento focar no que tenho que dizer, e o pergunto oque ele faz ali na minha casa; e quando ele diz de novo que esta ali para receber, eu quase tenho um troço pelo desespero que me toma. E so agora que eu me lembro que uma parte da minha reserva, eu iria pagar Simon por seu trabalho; mas acabei por usar toda ela no reparo do carro sem nem perceber que eu precisaria depois.

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