Conto 4.1: Um Desconhecido Criminoso

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Aperto o passo me dando de conta que a mesma Mercedes preta das ultimas duas semanas me segue de forma lenta; o motorista nem teve o cuidado para que eu não o percebesse, me parece que é para mim saber que andam me seguindo. Se fosse para me fazer algum mal, ja teriam feito; não comentei nem com Abby sobre o fato.

Suspiro aliviada quando chego no prédio que esta sendo construído, onde sou assistente do engenheiro responsável, por enquanto, claro. Comprimento os operários e vou direto pra minha sala beber um copo de água e acalmar meus ânimos. Me concentro no trabalho, analisando as plantas com os operários, esquecendo o acontecimento das ultimas duas semanas; mas acabo me lembrando daquela festa de 04 de julho, que ficou marcada em mim, lembro do desconhecido, principalmente dele. De como passava suas mãos em meu corpo de forma apreciativa, de como me senti segura em seus braços. E aqueles olhos verdes felinos me atormentam até hoje.

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Saio do meu trabalho realizada, desde que me formei me sinto nas nuvens no ramo da engenharia civil; sem contar que minha renda subiu significativamente, conseguir sair do subúrbio de NY e comprar um ape, à algumas quadras do escritório onde trabalho. Segundo Abigail, só falta arranjar um bom casório; sim, não posso nunca me esquecer de minha amiga Abby, se não fosse por ela nunca conseguiria um emprego em um escritório conceituado. Não é fácil ser negra, e muito bem assumida aliás, em uma sociedade ainda muito preconceituosa.

Corto meus pensamentos quando chego no meu prédio; sempre volto do trabalho a pé, ja que não é muito longe do escritório e consequentemente, do meu prédio. Assim ja aproveito para dar uma caminhada, pois ganhei alguns quilos no ultimo ano. Dou uma risada descontraída nem me importando com esse fato; entro no elevador e me dou de conta de que o senhor da portaria não se encontra no seu posto, dou de ombros e sigo para meu ape. Chego em minha porta a destrancando e largo minhas pastas na mesinha ao lado da porta, faço um coque em meus cabelos deixando alguns cachos caírem em meu rosto; corro meus olhos pelo apartamento que mesmo no escuro é iluminado pela luz da lua. Meu coração da uma guinada quando noto a figura altiva parada de costas para mim olhando a vistas de minha janelas.

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Minha respiração acelera e a única coisa que consigo fazer é esticar meu braço para acender a luz que fica ao lado da porta, que por força divina continua aberta para o caso de precisar sair correndo. Agora a luz ilumina minha sala e me revela a figura masculina de ombros largos dentro de um terno sob medida que cobre costas musculosas, seus cabelos pretos um pouco compridos encostam em seu colarinho branco.

Ele continua de costas pra mim onde so meu sofá nos separa; porém a constatação de quem ele é me atinge sem piedade.

Extintiva mente dou um passo para trás, enquanto ele vira seu rosto me encarando com seus olhos verdes, que tanto me atormentaram, confirmando minhas suspeitas. Seu rosto másculo continua o mesmo apesar de ter uma barba rala cobrindo uma parte de sua cicatriz. Meus olhos passeiam pelo seu corpo coberto e se for possível ele esta maior que à um ano atrás. Seu corpo e sua áurea exalam perigo do mesmo jeito que lembro.

Ele da um passo em minha direção e eu vejo seu coldre axilar duplo em cada lado do seu tronco muito bem carregado com revolvers tão prateados q chegam a reluzir. Eu não penso nem duas vezes em correr porta a fora, porem nem tempo de dar um passo em direção a porta deu, simplesmente me encontro prensada contra seu peito forte com seu braço direito segurando firme minha cintura, seu outro braço fecha minha porta com um baque, mas não sem antes eu enxergar alguns homens de ternos pretos parados no corredor. Ele me empurra ate a porta recém fechada e me encadeia em seus braços. Sua mão esquerda desencosta da porta e segura meus cabelos soltando meu coque, ele segura firme os cabelos de minha nuca fazendo-me inclinar minha cabeça para o lado abrindo passagem ao meu pescoço, onde ele passa seu nariz me cheirando e balbuciando alguma coisa como sentiu minha falta, é impossível não me sentir afetada com sua investida e essa voz rouca dos infernos. Mas dessa vez eu não me entregaria a ele sem um boa briga.

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