04. › GOOD ACTRESS

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( boa atriz )

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( boa atriz )

ALGO QUE ALYSSA NUNCA SE ESQUECERIA, ERA DO DIA que seus pais descobriram a sua falta de empatia. Tinha poucas coisas que ela conseguia lembrar de sua infância, a maior parte havia passado em um colégio interno, o resto passou tentando machucar a si mesma. Várias e várias tentativas falhas de fazer seu corpo sentir algo, pelo menos uma dorzinha.

Quando se é criança e não se entende bem o que se passa ao seu redor e os adultos a sua volta só sabem te julgar, você tende a fazer coisas monstruosas consigo mesma.

Alyssa entendia bem disso.

Quando o médico apresentou o resultado dos exames e explicou ao senhor e a senhora Blake qual era o problema de sua única filha, eles gelaram. Foi a primeira vez que a loira viu sua mãe sem palavras. Com seus pobres 8 anos de vida, aquele momento ficou marcado na mente dela. Foi o momento em que sua mãe, Willa, percebeu que tinha concebido uma criança quebrada. Na hora, Alyssa não entendeu muito bem a reação da mulher mais velha, mas, com o tempo e o desgosto aparente, as peças se encaixaram na mente da loira.

A frieza e o olhar triste que Willa lançava a filha sempre que a via, era apenas a forma que achou para lidar com uma criança que ela não queria. Mesmo depois do doutor ter explicado que aquilo não afetava totalmente o desenvolvimento de Alyssa, Willa Blake ainda não conseguia aceitar. Na mente dela, a menina não era normal como as outras crianças e, o que ela mais queria, era uma filha 'normal'.

Nas discuções com o pai da garota, ela sempre gritava isso. Gritava que esejava uma criança que sentisse, uma criança que tivesse empatia, que fosse como as outras meninas da sua idade.

Se eu quisesse um robô - Alyssa tinha ouvido ela gritar uma vez , teria construído um e não gerado no meu ventre por 9 meses.

A loira ouviu aquilo 2 anos seguidos. Até o momento em que seu pai a colocou em um colégio e o raio de luz da vida dos Blake nasceu. Edward Blake, o irmão mais novo de Alyssa, havia se tornado a benção da família. Tudo aquilo que Willa e David Blake mais haviam desejado: uma criança normal, que sentia dores e empatia. A menina se sentiu como um brinquedo deixado de lado, porém que nunca foi sequer usado. Não tinha espaço para ela ali, sempre sentiu isso. Sempre sentiu que não pertencia aquela casa e nunca pertenceria.

Existem ações e pessoas - ou pessoas e suas ações - que nos marcam para a vida toda. Talvez se Willa e David Blake tivessem a tal empatia que eles tanto desejavam que a filha tivesse, se eles tivessem notado o próprio erro que cometeram, apenas talvez, algumas coisas pudessem ter sido diferente como o caminho que Alyssa escolheu para seguir.

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Dois dias se passaram sem muita movimentação. A Blake passou a maior parte dos dias dentro de casa, lendo e esperando por algum sinal de vida de James. Ele não sairá de casa naqueles dois dias que se passaram e, mesmo não querendo, Alyssa estava preocupada.

LAST BREATH │ BUCKY BARNESWhere stories live. Discover now