07. › GOOD COMPANY

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( boa companhia )

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( boa companhia )

ANTES

ELA BRINCA COM FACAS COMO BRINCA COM PESSOAS. O manuseio é lento, porém preciso. Ela sabe o que quer e o alvo que deve acertar e o guia até ele sem nem mesmo hesitar. Ela manipula pessoas como manipula facas. Nada que faz é por acaso e acho que é isso que a deixa pior. Alyssa Blake tem noção do mau que causa e causou, não há uma parte dela que sinta remorso por isso.

Ainda era cedo quando ela caminhava pelas ruas da cidade com passos calmos. Já faz um tempo que Alyssa não utiliza saltos muito altos, sapatilhas pareciam ser o estilo de Evelyn e ela achava mais confortável, então poderia se acostumar com isso assim como se acostumava com o cabelo loiro. Combinava mais do que o castanho, isso ela podia confirmar.

Blake conhecia aquela cidade como a palma de sua mão, sabia os lugares certos para encontrar pessoas para fazer alguns trabalhos mais difíceis. Sabia onde encontrar aqueles que arriscariam de tudo por dinheiro. Aqueles que estavam tão desesperados que aceitariam receber socos de um braço de metal no rosto apenas para pagar as contas da semana ou gastar com vícios.

Ajeitou melhor a touca preta que utilizava sobre a cabeça, depois levou as mãos para os bolsos do sobretudo novamente. Dentro de um deles havia a chave de casa e na outras um canivete vermelho. Era velho, já fazia muito tempo que Alyssa o tinha. Pertenceu ao homem que a introduziu ao mundo do crime, aquele que a ajudou a se tornar uma mercenária. Segura-lo firmemente a fazia lembrar dos velhos tempos, um gosto amargo sempre preenchia seu paladar quando isso acontecia. Fazia questão de tentar afastar esses pensamentos e focar na segurança que aquele objeto lhe passava.

Os passos dela pararam em frente ao prédio deteriorado. Haviam algumas pichações no edifício, janelas quebradas e faltando. Não era um lugar agradável, muito menos satisfatório de se observar. Um lar para mendigos, viciados e ladrões. Tanto de dia quanto de noite, o lugar não era tão movimentado. Era mais usado para algumas transações ilegais ou para aqueles que gostariam de passar a noite. Um prédio condensado, porém com uma demolição que nunca aconteceu. O prédio chegou a ser comprado por Wilson Fisk durante uma época, mas quando o demônio de Hell's Kitchen, o infame Demolidor, o colocou atrás das grades, o lugar se perdeu novamente.

Alyssa entrou no lugar com passos calmos, abrindo a porta de madeira velha com cuidado. Ela não estava realmente preocupada, mas ser cuidadosa já estava no seu sangue. Acontecia naturalmente e as vezes involuntariamente. Ter pelo menos um certo controle da situação, saber onde estava se metendo e os certos riscos que estava correndo - não que qualquer um ali dentro fosse realmente conseguir fazer algo com ela.

Assim que passou por alguns degenerados e esquecidos da sociedade, Alyssa subiu alguns poucos lances de escadas até o lugar que esperava encontrar o homem que a ajudaria com seu plano. Em frente a porta número 133, ela bateu algumas vezes e esperou pacientemente. Duas pessoas que estavam naquele corredor olharam para ela com certa curiosidade.

LAST BREATH │ BUCKY BARNESWhere stories live. Discover now