O dia

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Vejo Lucas vindo em minha direção e meu coração acelera rapidamente, as borboletas em meu estômago pareciam nunca parar sempre que ele estava por perto, e a sensação era a mesma desde o mês passado, quando começamos a nos aproximar após a feira da escola. Éramos de mundos diferentes, ele o cara legal que todos gostavam de estar perto, e eu... bem, era só uma garota que não era notada pelos garotos.

- E ai. – diz ele parando diante de mim, um sorriso de lado que deixa minhas pernas bambas – Demorei?

- Não muito. – dou um sorriso tímido, que ele nem nota, pois pega o celular e olha algo.

Eu nunca sabia realmente o que dizer, me achava tão insignificante perto dele. Lucas era tão lindo, com a pele levemente bronzeada por jogar bola na rua, os cabelos castanhos claros que brilhavam dourados na luz do sol, os olhos negros como jabuticabas e o corpo magro, mas malhado, era o sonho da maioria das garotas na escola, então era muito estranho as duas semanas que estivéssemos ficando, mas um sonho também.

Não que nos víssemos todos os dias e fosse algo de conhecimento de todos, apenas quem sabia eram meus dois melhores amigos, Sabrina e Matheus. Eu preferia manter isso para nós apenas, pois sabia que seria jugada por todos da escola no momento que começasse a andar de mãos dadas com Lucas. Ainda mais pelo fato de todos saberem que eu era religiosa, e Lucas era famoso por... bem, dormir com todas as garotas com quem saía. Gostaria de dizer que era resistente a esse charme dele, porém, na semana passada, dois dias depois que ele me beijou pela primeira vez, fiz dele o primeiro homem a conhecer meu corpo. Antes eu pensava em casar virgem, mas naquele momento, tudo o que passava pela minha mente era que eu queria ser completamente de Lucas.

- Vamos? – indaga guardando o celular no bolso.

Assinto com a cabeça e Lucas começa a andar em direção a lanchonete. Eu estava meio faminta mesmo, pois o esperei por uns quinze minutos, e se eu estivesse em casa já estaria jantando.

Entramos e sentamos numa mesa mais discreta. Eu nunca havia perguntado, mas parecia um ritual para Lucas, ele sempre me levava para comer quando estávamos juntos, antes de fazer qualquer coisa que planejava. No dia em que nos beijamos pela primeira vez, lanchamos nessa mesma lanchonete e depois fomos ao cinema, e ele ainda comprou pipoca pra ele.

- Vai querer o que hoje? – me pergunta folheando o cardápio.

- Acho que só um sanduíche com suco e batata frita. – sorrio.

- Claro, as batatas não podem faltar. – ele pisca pra mim.

Eu sempre ficava sem graça quando ele fazia isso.

- Beleza, já sei o que quero. – ele chama o garçom e faz o pedido. Assim que o rapaz sai, olha pra mim – E ai, ansiosa pelas férias?

- Não exatamente. – dou de ombros e desvio os olhos dos seus, me sentindo sem graça sempre que ele me olhava nos olhos – Eu gosto da escola, sinto falta quando não tem aula.

- Serio? Se bem que...

Ele não completa e o olho nos olhos novamente, desconfiada.

- Se bem que, o que? Pode continuar.

- Não ia dizer nada demais, relaxa. – ele ri recostando na cadeira mais confortavelmente, descansando um dos braços na mesa e o outro no encosto da cadeira – Só que é bem óbvio que você faz o estilo de quem gosta de estar na escola. Posso apostar que pretende ser professora.

- E ser professora é algo ruim? – arqueio uma sobrancelha.

- Não. Se não fosse por eles não existia educação, não é mesmo?

32 SemanasWhere stories live. Discover now