28ª Semana

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A semana de provas foi puxada. Deixei de lado o assunto de Matheus, e ele não tentou conversar comigo a respeito, então fingi que aquilo não aconteceu, era o melhor, por enquanto, eu não estava pronta pra tomar uma decisão ainda, então foquei nos estudos e nas provas. Foi uma semana cansativa e mau conversei com meus pais. Na sexta, quando finalmente as provas acabaram, sai com meus amigos e nos divertimos como se não tivesse nenhum drama. Matheus e eu trocamos alguns olhares, mas eu me mantinha fingindo que nada aconteceu, ainda não havia parado para pensar em tudo aquilo.

No sábado, pela tarde, vou até a igreja. Eu já não era mais a professora da catequese, mas isso não significava que eu não podia ir ali visitar a turma. Chego nos fim, sentando nos bancos do lado de fora da igreja e vejo as crianças correndo e brincando. Sorrio imaginando que em breve meu filho estaria em meus braços e não muito depois ele correriam com seus amigos.

Uma das meninas do grupo de jovens se aproxima de mim. Era Ana, sempre fomos próximas e eu gostava bastante da companhia dela. Ana senta a meu lado e conversamos um pouco. Ela pergunta sobre minha gravidez e toca na minha barriga. Era bom alguém da igreja falando comigo normal, não me julgando por meus atos, mas o pessoal a chama e nos despedimos.

Levanto e vou seguindo pra dentro da igreja, sento em um dos bancos e oro em silencio, olhos fechados e cabeça baixa, peço pela saúde do meu filho, pela minha, da minha família e de meus amigos, então peço clareza para as decisões que precisava tomar. Eu tinha que pensar sobre que fazer dali para frente. O casamento estava chegando e se havia algo que eu tinha que fazer, precisava ser feito agora. Agradeço a Deus pela minha vida e do meu filho, assim como das pessoas ao meu redor e finalizo minha oração, levantando em seguida.

Encontro com algumas crianças que foram da minha turma do lado de fora e brinco com elas, rindo de suas perguntas engraçadas a respeito da minha gravidez. Nem sabia como as responder, mas tento o meu melhor e arranco risadas delas. Noto que havia alguém no portão da igreja e quando olho meu coração palpita acelerado. Lucas estava parado, me olhando com as mãos nos bolsos. Me despeço das crianças e vou até ele.

- Oi. – diz ele quando me aproximo.

- Oi. – tento não sorri demais – O que faz aqui?

- Estava passando e te vi, então vim... dar um Oi. – ele sorri de lado, fazendo meu coração bater descompassado.

Desvio o olhar, não podia me abalar demais por ele.

- Ah... – penso em algo a dizer, mas não conseguia pensar direito.

- Quer dar uma volta? – o olho surpresa – Posso te acompanhar até em casa, se quiser.

Minha casa não era tão longe, dava uns trinta minutos de caminhada se fosse por dentro do bairro.

- Sim, seria... seria legal. – sorrio e mordo o lábio.

Lucas sorri e vira indo pela calçada. Respiro fundo e sigo a seu lado, controlando todos os meus sentimentos agitados por dentro. Seguimos em silencio por um momento, apenas olhando meus pés, pensativa, procurando algo sobre o que conversar.

- Como acha que se saiu nas provas? – indago apenas para poder ouvir a voz dele.

- Sendo sincero? Acho que meio mau. – o olho e ele olha pra mim com um sorriso curto – Você sabe que não sou o melhor aluno da turma, mas fiz meu melhor com tudo que tá rolando.

Entendo o que ele queria dizer, mas acho que tem tinha mais problemas no momento era eu, não ele e mesmo assim me dediquei e sei que devo ter tirado boas notas.

- Acho que não sabe. – continua ele quando não falo nada – Meus pais estão se separando.

- Eu não sabia. – olho surpresa pra ele

32 SemanasWhere stories live. Discover now