Epilogo

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Lucas p.o.v.


Levanto novamente e passo a andar pela sala de espera. Estava inquieto desde que cheguei com Barbara. Fazia uns quinze minutos que ela havia ido para a sala cirúrgica e eu não sabia o que fazer, o que me deixava inquieto, odiava o sentimento de impotência. 

Na verdade esse sentimento tem me acompanhado desde que soube que ela iria casar com Matheus, e ver eles juntos era um dos piores sentimentos que tive, não queria acreditar nas coisas que eu ouvia e via. Bem, na verdade eu não devia ter acreditado, já que eram todas mentiras.

Sento novamente, me sentindo tão idiota e estúpido. Nem devia estar ali para começo de conversa. Fui tolo em não acreditar quando ela me disse que estava grávida, mesmo tendo visto o teste. Na hora eu nem consegui ler aquilo, não conseguia pensar em nada além do fato de que uma criança seria a pior coisa na minha vida naquele momento. E quão tolo foi esse pensamento, isso só me afastou dela, causou toda a confusão em que ela teve que lidar sozinha e me fez perde os momentos que podíamos ter tido juntos se eu estivesse acompanhando ela em todas suas consultas médicas.

Foi minha mãe, bêbada após um abriga com meu pai, que me fez perceber que se Barbara estava grávida, e não importava se era de outra pessoa, que eu devia estar ao lado dela. Pena que foi tarde demais isso, e desfazer o mal entendido não foi fácil. Apesar de talvez nem tenha sido desfeito realmente, já que ela passou mal.

- Lucas, não é?

Olho pra mãe de Barbara e levanto rápido, assentindo com a cabeça e me ajeitando.

- Sim, sou eu.

- Eu sou a mãe da Barbara, Maria Antônia.

- É um prazer. - estendo a mão pra ela apertar, mas ela apenas olha e não se move, então baixo sem graça - Alguma notícia dela?

Ela nega com a cabeça e senta, indicando para eu sentar ao seu lado. Faço como queria e esfrego a mão na bermuda, nervoso com a situação. Não apenas pela mãe dela, mas pela espera e falta de notícia.

- Quero conversar com você. - explica ela.

Assinto, mas perco o foco quando uma porta se abre e uma enfermeira segue pelo corredor. Meu coração acelerando achando que podia ser notícias.

- Poderia prestar atenção em mim? - pede Maria.

- Desculpa. - olho pra ela - Só não sei como consegue ficar calma nesse momento.

- O que Deus quiser eu vou acatar sua decisão, mesmo que isso possa me magoar profundamente.

Assinto entendendo. Barbara havia dito que era de uma família religiosa, apesar dela não falar muito como vários fanáticos, mas precisei a ver na igreja algumas vezes para entender sua devoção.

- Gostaria de me sentir tão confiante assim. - dou um sorriso amarelo.

- Porque sabe que é culpado de tudo isso.

- Desculpe? - a olho com mais atenção.

A mulher devia ter sido uma Barbara bonita quando mais nova. Não que ela fosse feia, mas eu não sabia dizer isso com certeza por nunca ter tido atração por mulheres mais velhas. Tudo o que podia dizer com certeza era que Barbara tinha os mesmos olhos e cor de cabelo.

- Sei que quem levou minha filha a esse caminho foi você. Vejo muito sobre garotos do seu tipo que se aproveitam de moças ingenuas como minha filha e a usam. - ela olha fundo nos meus olhos, como se estivesse lendo minha alma - Barbara tem sua parcela de culpa em ter caído em sua armadilha, mas foi você quem a atentou, como a serpente tentou Eva.

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