A Rainha de Ennord

10- O Veneno🌹

Rose havia se trocado e estava pronta para dormir. Estava apenas organizando os papéis referente à administração do reino. Desde compras de armas de luta e armaduras para o exército, carregamentos para abastecer a cidade, os gastos diários, atualizações dos homens nas fronteiras e a quantidade de pessoas que entraram ou saíram do reino.

Tudo era registrado e passava por Rose.
Estava terminando de consultar os documentos, quando ouviu batidas em sua porta. Pensou que talvez fosse um dos guardas que ficavam em frente aos seus aposentos para a sua proteção. Não que achasse necessário, ela sabia se defender sozinha. Mas também não era algo que a incomodava, uma proteção a mais era sempre bem-vinda.

Entretanto, não deveriam ser os guardas. Ela havia lhes dado a noite de folga, achou que mereciam. Outros viriam mais tarde, ao fim do baile. O que não demoraria muito.

— Sim? — perguntou em direção à porta fechada.

— Sou eu, Majestade. — Uma voz respondeu. — Vince.

Rose levantou-se e foi até a porta, abrindo-a.

Vince estava parado à sua frente, sorrindo. Ainda usava as roupas do baile e sua máscara estava em uma de suas mãos.

Rose não falou nada. Apenas o observou pacientemente.

— Desculpe lhe incomodar, Majestade — falou apressado. — Está indo dormir?

— Estava revisando uns papéis — ela falou calmamente. — Por que está aqui?

— Eu gostaria de fazer algumas perguntas sobre governo. — Ele sorriu nervoso. — Ennord é o maior país entre os Quatro, e tudo isso graças à Vossa Majestade. Eu como futuro rei, tenho que saber de coisas assim.

— Claro — Rose concordou. — Entre.

Afastou-se um pouco para que Vince entrasse e o seguiu.

Ele corria os olhos por todo o quarto. E Rose o analisava.

— É muito bonito — falou para Rose e voltou a olhar ao redor. Seu olhar parou na garrafa que estava em uma prateleira no outro lado do grande quarto. — Vossa Majestade não gostou do meu vinho?

Rose seguiu o olhar para a garrafa de líquido rosa e deu um leve sorriso.

— Ainda não tive a chance de prová-lo — respondeu, indo em direção à prateleira e pegando a garrafa.

— Podemos tomá-lo agora, se Vossa Majestade permitir — falou Vince sorrindo.

— Tudo bem.

Rose pegou duas taças de prata e levou até uma pequena mesa para refeições que havia em seu quarto. Sentou em umas das cadeiras, indicou a outra para que Vince sentasse e serviu o vinho.

— Obrigado. — Vince sorriu ao pegar a taça dada por Rose, mas ainda não provou.

— Bem, você disse que estava curioso sobre questões de reinado — Rose começou. — Por quê?

— Como eu lhe disse, Majestade. Eu sou o futuro rei de Oris. Preciso saber de todas essas coisas.

Rose o encarava.

— Futuro Rei? — perguntou com uma sobrancelha erguida. — Me diga, Vince. Como pode você ser o futuro rei de Oris se o seu irmão, o rei atual, possui inúmeros herdeiros? Você só seria coroado, caso todos eles morressem.

— Bem, eu...

— Você por acaso está planejando matá-los? — Vince pareceu espantado com a pergunta feita pela Rainha.