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Devido à grande tempestade que havia caído nos últimos dois dias, a volta de Thomas e Lorde Marcell fora adiada. Seria impossível para eles chegarem em sua casa com segurança, e Rose os aconselhou para que esperassem a tempestade passar. As estradas já eram bastantes perigosas em tempos normais.

Thomas havia acordado cedo, como as fortes chuvas já haviam cessado, eles retornariam para casa naquele dia. Deu uma última lida em um dos livros da biblioteca do Palácio, passeou por entre os jardins e conversou um pouco com o Príncipe, que lamentou sua volta para casa e perguntou se ele não consideraria ficar de vez no Castelo.

Thomas suspeitava de que a pessoa quem havia a pedido à Rainha para considerar dar uma chance a ele era Daehan.

Thomas não conversou com seu pai sobre o cargo no Conselho, como ele havia dito à Rainha que faria. Ele sabia que não conseguiria. E, julgando pelo fato de que ele e seu pai estavam sendo acompanhados por Robert ao encontro da Rainha, ela também sabia disso.

A sala do Conselho estava fechada, Robert deu leves batidas na porta e entrou, deixando Thomas e seu pai esperando ao lado de fora. Depois de alguns segundos, retornou e os disse para entrar.

Não havia ninguém além de Rose na sala do Conselho. Ela estava sentada em seu lugar na grande mesa usada para reuniões, mergulhadas em diversos pergaminhos o que Thomas julgou ser relatório dos dias de comemorações.

Ergueu os olhos na direção deles e se levantou.

Eles a cumprimentaram e fizeram uma reverência.

— Então, vocês estão deixando o Castelo hoje? — ela começou. — Espero que levem boas experiências de sua estadia aqui.

— Com toda certeza, Vossa Majestade — Lorde Marcell confirmou sorridente. — Não podíamos desejar tratamento melhor do que o Palácio de Ennord fornece.

— Fico feliz em saber. — Rose olhou para Thomas, que não havia dito nada desde o momento em que entrou, e voltou para Marcell. — Eu tenho uma resposta sobre o favor que me pediu.

O olhar de Marcell ficou mais brilhante e seu rosto mais iluminado ao ouvir as palavras da Rainha.

— Sério? — perguntou e Rose confirmou. — E o que Vossa Majestade decidiu?

— Eu decidi que darei uma chance ao Thomas. Eu havia decidido isso há alguns dias, mas, julgando pela sua reação, você não sabia.

Ela olhou de relance para Thomas, que abaixou a cabeça, e sorriu.

— Eu não sabia.

— Como eu suspeitava. — Havia um pouco de repreensão e diversão na sua voz. — Deixe-me dizer o que foi decidido: eu concordei em dar uma chance ao Thomas, mas isso não garante que ele trabalhará para mim. Ele passará por alguns testes para provar que ele realmente é uma boa escolha para o Conselho. Você sabe como essas coisas funcionam, não posso colocar qualquer pessoa para trabalhar em algo importante como é o cargo no Conselho.

— Claro, Vossa Majestade.

— Então, se o Thomas decidir que quer o cargo, ele será preparado e testado por algumas semanas e, se ele se sair bem, ficará no Conselho.

— Se ele decidir? — Marcell perguntou confuso.

— A escolha é dele. Você não acha? — Rose falou como se estivesse explicando a coisa mais óbvia.

— Sim. A escolha é dele. — Marcell olhou para Thomas que permanecia quieto, tocou seu ombro e continuou. — Você se decidiu, filho?

Thomas ergueu o olhar para Rose que o encarava. Ele confirmou com um leve aceno de cabeça e voltou a fitar o chão.

A Rainha de Ennord Where stories live. Discover now