Capítulo Onze

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- Tu disseste isso? – assenti. – E ele disse aquilo?

- Eu já repeti isto três vezes.

- Elizabeth, meu amor, – Jason interveio, pousando uma das suas mãos na minha – ele trançou-te o cabelo e cantou contigo todas as músicas do Entrelaçados. Três vezes não chegam.

- Ele...ele disse que tinha uma paixoneta em mim, não que a tem ainda.

- Ele trançou-te o cabelo e cantou contigo todas as músicas do Entrelaçados. – Jason voltou a repetir, numa voz séria. Cruzou os braços, não largando o meu olhar. – Eu vou repetir isto as vezes que forem precisas, Lizzie.

- Eu só quero perceber porque é que demoraste duas semanas a contar-nos tudo isto. Não tens falado com ele?

Toda eu corei. Tapei a minha cara, escondendo-me dos meus amigos.

- Tu não tens falado com ele, pois não? Oh, Lizzie... - o tom triste de Jill fez-me sobressaltar. – O rapaz gosta de ti.

Levantei-me, prontíssima para ignorar todos os meus amigos. Jane tinha sido a única a não intervir, principalmente porque estava ocupada em entreter Cassie, a sua filha de três anos. Sorri para a pequena menina e estiquei os meus braços, sabendo que tê-la nos meus braços serviria como um escudo de proteção. Eles nunca reclamariam comigo em frente a Cassie, porque não iriam querer que ela achasse que estavam a falar para ela e começasse a chorar. Beijei a bochecha da menina, fazendo-a rir alto, e caminhei até à cozinha do apartamento dos meus amigos.

Tinha convocado uma reunião de amigos. Duas semanas depois da noite passada com Harry – em que eu adormecera eventualmente ao seu lado, no sofá, e acordara com a cabeça de novo nas suas pernas -, ainda não tinha ganho coragem para fazer duas coisas muito importantes: falar com ele e falar com os meus amigos. A segunda tinha sido feita na última hora, sendo que eu tivera que repetir imensas vezes todos os acontecimentos daquela noite. Queria conselhos, na verdade. Essa tinha sido a única razão pela qual decidira contar a todos os meus amigos de uma vez.

Nas últimas duas semanas, Harry tinha tentado contactar-me várias vezes. Por mensagens, eu respondia porque me sentia mal se não lhe respondesse, mas as suas chamadas eu tendia a ignorar. Até Mary tinha falado comigo; no entanto, quando percebeu que eu não iria falar do seu irmão com ela, limitou-se a ser a Mary de sempre comigo. Gostara dessa normalidade, mas rapidamente ganhara a necessidade de desabafar e de saber o que fazer. Eu gostava de Harry, gostava de me ter aproximado dele, da intimidade que tínhamos ganho, mesmo que estivesse aterrorizada do que tinha acontecido na última vez que o vira. Não queria perder a sua amizade porque os sentimentos que eu nutrira por ele há pouco menos de uma década tinham voltado mais fortes que nunca.

- Eu não o tenho ignorado completamente... - admiti, relutante, quando voltei à sala de estar do apartamento, com um copo com sumo de laranja na mão livre. Cassie estava no chão, agarrada à minha mão, a tentar andar lentamente. Jane observou a filha com um sorriso orgulhoso. – Quando ele me manda mensagem, eu respondo. Mas chamadas...ainda não estou pronta.

- Passaram duas semanas, sua idiota. – Noah parecia sério demais.

- Tu só estás chateado porque te revês em mim. – revirei os olhos. – Fala com o Julio.

- Fala com o Harry.

- Noah! – supliquei, numa voz sofrida. O restante grupo riu, abanando as cabeças em simultâneo. Grunhi, de frustração. – Vocês são todos uns idiotas.

- Lizzie, - Jane começou, suavemente. – Eu percebo porque é que estás reticente. Falas com ele há pouco mais de um mês e a tua vida profissional já parece estar do avesso, mas a verdade...é que não está. Tu estás mais que treinada na vida de celebridade, por muito que as vossas carreiras sejam diferentes. E ele é uma boa pessoa, do que vocês me contaram do tal jantar. Tu só tens medo de compromisso.

Caminhos Cruzados // harry stylesWhere stories live. Discover now