Capítulo Vinte

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- Harry? – chamei, praticamente correndo atrás dele. – Não quero que fiques chateado comigo.

- Eu não estou chateado, Lizzie. – falou, depois de parar a meio do corredor e encostar-se a uma parede. Quando eu o olhei, duvidosa, ele soltou um pouco de ar. – A sério, não estou. Mas fico triste, não queria que as coisas fossem assim.

- Eu sei. – afirmei, num sussurro, e estiquei uma das minhas mãos para acariciar a sua bochecha direita. Ele fechou os olhos. – Eu não vou deixar de gostar de ti ou de querer passar tempo contigo, Harry. Mas é diferente alguém achar que nós namoramos e todo o mundo efetivamente me associar a ti.

- Sim. – concordou, embora relutantemente. Os meus lábios esticaram-se num pequeno sorriso, vendo-o a lutar para compreender totalmente a situação. – Porque é que assumes que és tu que vais ser associada a mim e não o contrário?

Olhei-o sem expressão, até ele bufar.

- Para começar, é assim que a sociedade funciona. – encolhi os ombros, embora não gostasse da realidade que estava a descrever. – Segundo, a tua base de fãs é tão maior que a minha. E tu sabes que uma pessoa com carreiras como a tua ganham tanto mais quanto menos se envolverem romanticamente com outras pessoas. Um ídolo é muito mais apelativo quando podemos sonhar envolver-nos com ele. – pisquei-lhe o olho.

- Mas...tu ainda agora lançaste o teu livro...que eu já li e adorei, já agora – levantei as minhas sobrancelhas para a nova informação – vais ter mais fãs e...

- E não achas que eu vou ter mais fãs por causa de todas as notícias sobre nós os dois?

Harry não respondeu, voltou apenas a bufar. Sentindo o ar na minha cara, comecei a rir, abanando a cabeça. Coloquei-me em bicos dos pés e pousei as minhas mãos nos seus ombros, levando-as até aos seus cabelos para o beijar. Ele aceitou o gesto de bom grado, puxando-me automaticamente para mais perto, até os nossos corpos estarem completamente juntos. Suspirei contra os seus lábios suaves e cor-de-rosa e consegui apenas inspirar antes de ele voltar a beijar-me. Percebi que ele continuava triste, pela forma desesperada e tão terna com que ele me tocava, mas forcei-me a ser fiel àquilo que considerava ser melhor para mim e para a minha carreira.

Não queria magoar Harry e faria o meu máximo para que ele não achasse que eu o queria esconder, mas algo me diria que eu seria muito mais magoada se partilhássemos a verdade ao mundo.

- Lizzie, eu...eu percebo o que tu queres dizer e obviamente vou apoiar. Prefiro ter-te em segredo do que não te ter comigo de todo, mas...vai ser difícil. – ri, assentindo. – Não devia ser preciso nós anunciarmos a nossa vida publicamente.

- Eu normalmente não tenho este problema.

Todo o seu corpo paralisou com as minhas palavras e eu demorei a perceber que algo estava de errado. Quando me afastei, com um pequeno passo para trás, embora não largando os seus ombros, vi a sua expressão. A dor que senti ao vê-lo tão desolado atacou-me diretamente no meu peito e não soube lidar com aquilo. Para saber, teria que efetivamente ganhar coragem para perguntar o que é que tinha dito de errado e o que ele estava a sentir. Mordi o meu lábio inferior, humedecendo os meus lábios de seguida ao ponderar a melhor forma de tentar trazê-lo de volta para mim, já que ele estava tão preso nos seus pensamentos, olhando em frente para a parede.

- Harry? – chamei, acariciando as suas bochechas. Ele assentiu, mas continuou sem falar.

- Não tinhas, pois não? Antes de nós voltarmos a falar, tu não te preocupavas com estas coisas. A culpa disso é minha, o que significa que eu já influenciei imenso a tua vida e nem tinha notado...

Caminhos Cruzados // harry stylesWhere stories live. Discover now