Capítulo Dezasseis

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- Que cor preferes? – Harry questionou, pegando na caixa cheia de cores diferentes.

- Hm. – levei as mãos ao meu queixo, ponderando. – Que cor recomendas?

- Lizzie! – repreendeu, fazendo-me rir – Eu recomendo...o vermelho-escuro.

- Curioso, era exatamente esse que estava a pensar escolher. – Harry piscou-me o seu olho direito, retirando a pequena bisnaga de verniz vermelho-escuro da caixa.

Quando Harry me convidara para ver mais um filme da Disney, daquela vez em sua casa e A Bela e o Monstro, eu nunca esperara que os planos espontâneos fossem originar naquilo. Não sabia bem como, mas a nossa conversa tinha dado tantas curvas que tínhamos acabado a competir nas nossas capacidades de pintar as unhas perfeitamente. Eu duvidara que ele conseguisse pintar as suas mãos com a mesma qualidade – porque era a regra universal: uma das mãos tinha que ficar sempre mal – mas Harry oferecera uma aposta. Ele pintaria as suas unhas com um cronómetro, para aumentar até a pressão, e provar-me-ia que conseguiria pintar ambas as mãos ao mesmo ritmo e com a mesma eficácia.

Convencido de que ganharia a aposta, ele tinha caminhado até ao quarto onde Mary ficava e ido buscar uma caixa com a maior variedade de vernizes que já tinha visto. Se ele ganhasse, eu teria que fazer um tabuleiro do bolo de chocolate da minha avó e, por falta de inspiração, a sua consequência caso eu ganhasse seria apenas levar-nos ao meu café preferido e comprar um bolo de cenoura para partilharmos. Toda aquela situação nos levara à nossa posição, em que ambos estávamos sentados no chão da sua sala de estar, em vez de no sofá, com a caixa de vernizes entre nós.

- Já só consigo pensar no bolo de chocolate. – admitiu, rindo.

- Ótimo, espero que te distraias e me compres o bolo de cenoura porque eu já só consigo pensar nesse. – Harry escolheu sabiamente ignorar-me e pediu apenas que eu colocasse um dos nossos telemóveis entre nós, para começar o cronómetro.

Já conhecia Harry demasiado bem para ficar chocada com o facto de ele ser experiente na arte de pintar as unhas. Além de ter uma irmã mais nova como Mary que certamente em algum ponto da sua vida o obrigara a pintar as suas unhas, o próprio Harry também não estava abaixo de pintar as suas. Nos últimos dois meses e meio, as suas mãos já tinham aparecido decoradas de várias cores, embora a minha preferida fosse exatamente o vermelho-escuro que ele tinha escolhido como a sua predileta naquela noite.

Entusiasmada, cliquei no botão que iniciaria o cronómetro e observei a perícia com que Harry abriu a bisnaga e começou a pintar as suas unhas. Harry começou por pintar a mão mais fácil, como qualquer pessoa faria, e em apenas duas ou três pinceladas perfeitamente dadas, ele conseguia pintar cada uma das suas unhas. Eu observava quase estupefacta, porque a forma como ele fazia tudo aquilo era no mínimo satisfatória. Ao contrário do que acontecia muitas vezes comigo, pouco era o verniz que saía da unha e pintava o dedo. Quando ele avançou para a sexta unha, a primeira da segunda mão, o meu maxilar estava dorido de eu ter a boca aberta durante tanto tempo. Já mal me chocou o facto de ele ter sido completamente honesto.

- Faço outra camada? – mostrou-me as suas unhas, não olhando para o cronómetro, que mostrava dois minutos e vinte e sete segundos desde que ele iniciara.

- Hm, sim. O tom vai ficar mais bonito. – Harry sorriu-me abertamente e assentindo, soprando nas suas unhas antes de voltar a passar com o pincel colorido.

- Quatro minutos e cinquenta e três segundos, Lizzie! Ganhei! – gritou de entusiasmo, assim que terminou de passar a segunda camada.

- Nem acredito... Tu precisas de me ensinar isso. – pedi, numa voz arrastada devido ao facto de ainda estar a processar o que acabara de acontecer comigo. Estava perfeitamente convencida de que Harry Styles era um anjo, devido ao simples facto de ele fazer tudo bem.

Caminhos Cruzados // harry stylesWhere stories live. Discover now