Capítulo Vinte e Dois

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No dia seguinte, acordei pouco depois das onze e meia da manhã, algo que não era completamente reprovável tendo em conta que eu chegara a casa perto das duas da manhã. Eu e a Mary tínhamos ficado pelos bastidores com Harry e a sua banda – e toda a sua equipa, na verdade – e, sem querer, tinha sido criada uma pequena festa. Todos os que trabalharam naquela noite se juntaram na arena vazia e tinha sido encomendada comida para toda a gente. Não sabia se Harry tinha feito aquilo por eu estar lá mas algo me dizia que não era algo pouco comum, porque toda a equipa parecia habituada àquele tipo de festejos pós-trabalho.

Harry passara a noite comigo, mas avisara-me que não estaria ao meu lado quando eu acordasse porque teria uma sessão de fotografias. Eu rira quando ele mo dissera, brincando com o facto de ele ser o melhor de todos os mundos – compositor, ator, cantor e modelo -, recebendo apenas um conjunto de beijos e toques como resposta. Relembrando-me dessa informação, espreguicei-me ainda dentro dos lençóis e observei o lado em que Harry dormira, perfeitamente arrumado. Sorri para as memórias das últimas vinte horas, desde o concerto até ao momento que eu estava a viver, e voltei a fechar os olhos, deitando a cabeça para trás.

Sem olhar sequer para o meu telemóvel, caminhei até à casa de banho privativa e tomei banho. Esfoliei todo o meu corpo, algo que eu devia fazer sempre mas para o qual só tinha paciência ocasionalmente, aproveitando não ter planos definidos para aquele dia. Harry estaria ocupado todo o dia, os meus amigos estavam todos a trabalhar, e honestamente não me sentia desperta o suficiente para começar logo a escrever. Só vinte minutos depois saí da casa de banho, adorando a sensação de me sentir limpa, e caminhei pelo meu quarto apenas de chinelos e toalha para decidir o que usaria naquele dia.

Antes de iniciar a minha carreira de escritora e ter sido efetivamente forçada a ficar mais tempo em casa, eu passava dias inteiros de pijama. Sobretudo porque os dias em que o fazia não eram tão regulares assim, apenas aos fins de semana e na ocasional folga. No entanto, tantos anos dentro daquela vida, já tinha uma necessidade quase sobrenatural de começar o meu dia como deve ser ao tomar banho, tomar o pequeno almoço se fosse horário para isso, e vestir roupa normal. Ao abrir um pouco a minha janela e, por momentos, ficar parada de toalha na varanda, pude confirmar que o tempo de outono estava finalmente a aparecer, quase em novembro.

- Será que já consigo usar calças sem derreter? – perguntei a mim mesma, acabando por decidir não arriscar.

Escolhi uma saia comprida e uma t-shirt, retirando também um casaco fino para caso saísse de casa para algum lado, algo que era possível porque tinha em mim a vontade imensa de ir passear. Peguei finalmente no meu telemóvel, olhando para ele apenas depois de sair do quarto, não querendo apressar-me a terminar a paz com que acordara naquela manhã. Mal sabia eu quão bem estava a agir porque, quando liguei finalmente o ecrã do meu telemóvel, vi-o cheio de notificações de praticamente toda a gente. Tinha imensas chamadas perdidas e mensagens dos meus amigos, Harry, Mary e até a minha mãe.

Comecei a ficar preocupada e, vendo que todos me tinham ligado antes das dez e provavelmente estariam de volta aos empregos, liguei à Jill. Ela certamente me iria atender.

- Finalmente acordaste! – foi a primeira coisa que ela me disse e eu comecei a ficar mais preocupada ainda.

- O que é que aconteceu? – praticamente gritei, completamente preocupada.

- Várias coisas. Deixa-me ir só à rua...estou a falar com uma amiga, não me chateies, Darryl... - ri, abanando a cabeça e decidindo continuar o meu caminho até à cozinha – Já estou na rua, já podemos falar. Odeio aquele Darryl.

- Deu para notar. – continuei a rir

- Primeiro, deves saber que o mundo acha que tu teres ido a um concerto do Harry foi uma confirmação da vossa relação. – Jill começou a sussurrar e eu percebi porque é que o fez...ela era jornalista, afinal – E deves também saber que estão imensos paparazzi à tua porta, o Harry avisou-nos para não irmos até aí por umas horas.

Caminhos Cruzados // harry stylesWhere stories live. Discover now