VII. uma vida em risco

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uma vida em risco

Os dias estavam passando depressa desde a segunda vez que Jeongguk tinha visto um boneco amaldiçoado sem saber. Agora, faziam duas semanas que Taehyung estava na Terra.

O deus deveria ter voltado pela segunda vez para completar o ciclo dos sete dias, mas ele ignorou as duas vezes, e sabia que isso não era errado, como também sabia que se fosse agora, não o deixariam voltar. E a ideia de ficar sem Jeongguk deixava sua mente confusa.

Os bonecos amaldiçoados haviam triplicado com o tempo, e estava realmente complicado encontrar Jeongguk sem que algum deles surgissem. Isso o fazia sentir medo, e era a primeira vez tendo aquele sentimento.

A ideia de que Jeongguk corresse riscos o deixava atônito. Na primeira vez, na faculdade, ele deixou um dos bonecos escaparem, e quando finalmente conseguiu acabar com todos, conseguiu ouvir a voz de Jeongguk, como se pedisse ajuda.

Por sorte, conseguiu ir até ele a tempo, mas sua mente sempre trazia a mesma duvida: e se não tivesse?

Jimin o estava ajudando - ou apenas se defendendo -, visto que os alvos dos bonecos eram ele, Jeongguk e Jimin. Provavelmente incluíram Jimin para isso impedi-lo de esquecer o motivo de ter ido parar na Terra, até porque, contavam 14 dias que ele também estava ali.

Ele ia na casa de Jeongguk normalmente agora, e podia ver que Jeon estava apenas aceitando a presença dele - isso não significava que Jeon falava veementemente com Jimin. Não podia fazer muito para impedi-lo.

Também funcionava assim com os pais de Jeon. No fundo, aquilo estava deixando-o transtornado. Podia ver que incomodava Jeongguk ter os progenitores o ignorando-o, mas não conseguia simplesmente deixá-lo. Ele sentia algo por Jeongguk, sabia disso, e isso o fazia ficar ao lado dele.

Ele terminou de eliminar o último boneco amaldiçoado antes de entrar no templo perto da casa de Jeongguk. Havia ficado com ele até que a madrugada chegasse, mas todo o resto do tempo, até o início da manhã, ele passou apenas limpando a área ao redor do prédio e da casa de Jeongguk daqueles incômodos.

No templo, eles não poderiam se aproximar. Isso o deu tempo para descansar. Seu corpo humano não parecia realmente apto para tudo que exigia dele.

Fechou os olhos, ouvindo as vozes vezes calmas, ou desesperadas que oravam a ele. Precisava atender a todos, e por isso, decidiu fazer isso logo. Ao menos ficaria livre para passar o resto do dia com Jeongguk.

+++

Jeongguk sentiu o peito apertado por mais um dia ao sentar na cadeira, sem receber nem mesmo uma palavra dos pais. Criou coragem, levantando-se da mesa, minutos depois de ter aguentado um silêncio irritante, vendo os olhos caírem sobre si.

- Não é porque vocês estão certos, que eu estou errado. Taehyung mostrou uma parte deles a vocês, e mostrou outra para mim. Vocês acham que ele é alguém ruim, mas para mim, é um deus bom e gentil - disse, sentindo sua voz sair insegura. Aquela situação o deixava nervoso. - E não vou abrir mão dele. Ou vocês aceitam, ou apenas finjam que... eu realmente não existo. Como vocês tem feito ultimamente.

Saiu de casa em seguida. Ele caminhou apressado sem perceber, e logo estava no prédio da faculdade. Sentia algo angustiante no peito, e insistiu pensar que era por ter falado aquilo para os pais.

Assim que entrou na sala, entretanto, aquela sensação aumentou. Havia algumas pessoas na sala, todos conversavam sem nem mesmo olhá-lo. Procurou por Im, mas não a viu. Ele a tinha visto por todas aquelas duas semanas, e ontem também. Ela não parecia doente. E nem chegava atrasada.

GOD OF LOVERS | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora