IX. adeus

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adeus

Frio.

Jeongguk sentia a brisa fria contra a pele enquanto olhava pela janela. O clima havia mudado de repente. As nuvens escuras sobressaiam, relâmpagos fracos iluminando os céus antes que o som estrondoso do trovão percorresse por seus ouvidos gradativamente.

Seu coração bateu tão forte contra o peito que ele sentia o incômodo. Seus olhos não conseguiam sair do além que enxergava pela janela. A sensação de saber que algo estava errado aflorou-o novamente. Não saira do seu quarto desde o momento que Taehyung, o deus da morte, foi embora. Mesmo agora seus sentimentos eram confusos. Tinha algo faltando, mas ele não sabia o quê.

Um relâmpago mais forte iluminou seu quarto pela janela, o vento fazendo suas madeixas levantarem parcialmente. Jeongguk suspirou pesadamente, fechando-a.

Não tinha a menor ideia de onde seus pais estavam agora. Talvez no próprio quarto, ou na sala, cozinha, não importava. Preferia evitar algum tipo de contato quando sua mente borbulhava de indignação por não saber pelo que ele estava passando.

Batidas extremamente pesadas soaram contra a porta da sala com violência, o que permitiu que ele ouvisse. Seu coração já tão nervoso mal cabia dentro de si. Se perguntava se alguém havia ido ver o dono daquela agressão ao material de madeira, mas teve certeza que não ao ouvir as batidas mais fortes, como se o que quer que fosse afirmasse que a quebraria logo.

Levantou-se pesadamente da cama, seu corpo parecendo cheio de chumbo por dentro. Foi em direção a porta, abrindo-a, a mão contra a maçaneta suando frio. Seguiu até a entrada da sala com dificuldade, os pêlos arrepiados a cada novo passo. A sensação gritante de força do outro lado estava deixando-o atônito, como se fosse empurrado para trás, o que lhe forçava seguir em frente.

Parou diante a porta, um arrepio percorrendo sua coluna ao tocar a maçaneta, um leve choque contra os dedos. Inspirou fundo, sentindo temor pelo que veria, mesmo que tivesse exagerando. Do que ele deveria sentir medo? E foi com esse pensamento que ele finalmente abriu a porta.

O choque do vento frio em sua pele o fez levar instintivamente as mãos para os braços, massageando-as quando tentou adequar sua visão a frente.

Seu coração parou por um momento, a expressão tornando-se nada mais que olhos arregalados e boca aberta. Seu corpo tremeu, mas Jeongguk não sabia pelo quê. Se era pelo frio que o cobriu com força naquele segundo, como um manto de gelo no calor escaldante do verão, ou pela visão de Jimin sangrando entre o pescoço e braço, com os olhos pretos tão escuros que contrastavam na pele extremamente pálida agora, a mão que supostamente estava sem nenhum machucado levantada pronta para bater na porta novamente quando uma onda de coisas estranhas que com toda certeza não pareciam humanas corriam em sua direção.

+++

Taehyung era o deus mais novo entre todas as outras divindades, e elas eram muitas. Como o mais novo, estava mais que claro que ele nunca seria ouvido como um igual, pelo menos não até atingir uma idade divina colocada para reprimi-lo até alcançá-la. Ele acha que foi abençoado pelos deuses antigos por ter ficado ligado com os deuses nascidos um pouco antes, seus cinco irmãos. Eram praticamente os únicos que o ouviriam ou concordariam com alguma decisão sua. Como a de ficar ao lado de um humano, uma criatura que vivia na Terra, que deveria ser subjugada por aqueles acima dos Céus.

Pensando nisso, ele sabia que havia feito uma bagunça extrema no Conselho dos Deuses. Não que estivesse se importando antes, mas agora era diferente. Saber que eles tentaram machucar Jeongguk deixava as coisas completamente diferentes.

GOD OF LOVERS | taekookWhere stories live. Discover now