Capítulo 5

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O duque tinha me levado para um estábulo. Não entendia o propósito, mas eu adorava cavalos.

Lembro do dia em que Lorenzo me ensinou a cavalgar, ele tinha aprendido primeiro meses antes com Ferdinando, nosso irmão mais velho. Lore tinha muita paciência para ensinar, acho que se fosse professor iria ser um dos melhores.

O duque adentrou no estábulo, enquanto fiquei no portão esperando. Eu não sabia o motivo daquele passeio, nunca fiquei a sós com um homem a não ser meu pai e meus irmão. Uma vez ouvi dizer que encontraram uma menina de 15 anos sangrando em um desses estábulos de fazenda, ela tinha acabado de ser estuprada.

Eu sabia que o duque não seria capaz de fazer nada contra mim, mas não o conhecia, portanto, não poderia ter certeza.

— A senhorita vai ficar aí mesmo? — Falou olhando para onde eu estava — Eu sei que não é o melhor lugar do mundo e tem cheiro de fezes de cavalo, mas prometo que não vou deixar você levar um coice — Falou rindo.

Apertei meus olhos ironizando o que ele falou.

Entrei no estábulo desconfiada, fui até Benjamin, mas não cheguei tão perto.

— Lady Johanna, a senhorita sabe andar a cavalo? — Falou com um sorriso sincero no rosto.

Não sabia se falava sim ou não. Claro que sabia, mas eu tinha que começar a dá um gelo nele, ele teria que começar a entender que não sou um bom partido.

— Sei sim, mas não gosto, tenho um pouco de medo e eles são bem fedorentos.

Falei com a intenção de Benjamin ficar decepcionado. Claro que eu amava cavalos, mesmo que cheirassem um pouco mal, isso não diminuía o quão eu os achavam lindos e espertos.

— Mas quem disse que você vai cheirá-los? Para cavalgar você só precisa ter coragem e não do olfato. E para deixá-la mais tranquila quem vai tomar as rédeas sou eu, é só segurar em mim e está tudo certo.

Eu não acreditava no que acabara de acontecer, o Duque tinha simplesmente convertido a situação, mais uma vez eu fiquei sem saber o que falar. Não era justo.

— E se eu simplesmente não quiser?— Empinei o nariz e falei o afrontando.

— Bom, vejamos, eu não posso fazer nada, não vou obriga-la a fazer um passeio a cavalo ao pôr do sol, pelo os arredores do casarão, sentindo o vento no rosto e inalando o perfume da grama verde. — Falou irônico.

Eu não estava me sentindo confortável com aquela situação. No entanto, sentia saudade de tudo aquilo, era maravilhoso. Uma parte de mim estava pronta para rejeitar e a outra para aceitar.

Minha cabeça estava fervendo. Ele sabia como me convencer e isso era péssimo.

— Bom, se for assim, eu aceito. Mas vou logo avisando que se o cheiro de fezes de cavalo for maior do que o da grama verde eu desço e volto caminhando para o casarão. Entendido?

Ele soltou uma gargalhada e falou:

— Você, senhorita Johanna, é uma das mulheres mais engraçadas que conheci até hoje. — Falou enquanto fixava seus olhos marcantes em mim. — Vamos lá, tenho o cavalo perfeito para este passeio, você vai adorá-lo

Não sabia se ser engraçada era bom ou ruim. Se meu pai estivesse aqui ele diria que as mulheres não foram feitas para serem engraçadas, embora, não fosse isso que o Duque pensasse.

Andamos mais um pouco, até chegar em uma das baias onde estava um cavalo branco. Seus pelos eram brilhosos, tinha olhos de cores diferentes, o direito era de um castanho claro quase mel e o esquerdo era azul, assim como o meu.

31 dias para te amar - Livro 1 - [1º versão]Onde histórias criam vida. Descubra agora