Capítulo 27

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A viagem de volta a Ziemia passou-se lentamente, minha vontade era de poder estar no casarão Van Edell em um pulo. Eu estava chateada por Benjamin ter viajado primeiro, mas também me sentia culpada. Eu tinha causado tudo aquilo, eu duvidei do amor dele por mim, eu brinquei com os sentimentos dele, e agora eu sei que a culpa é toda minha.

Fiz a prova e sei que tenho capacidade de passar, e se isso acontecer, nunca mais verei Benjamin, nunca mais verei Suzy. Mas se eu não passar, eu fico.

Eu queria ficar.

Cheguei no casarão já ao anoitecer. Fiquei alguns minutos do lado de fora, sem coragem de entrar. Eu não tinha calculado as consequências da minha confissão, agora eu teria que explicar a Suzy, não sabia se isso iria afetar nossa amizade, mas eu sabia que mentira era algo que não se suportava na casa Van Edell.

Entrei sem bater, Josembergue com toda certeza não me ouviu entrar, puxei minhas malas com dificuldade até perto da escada, tentei fazer o máximo para não fazer barulho.

— A senhorita precisa de ajuda?

Suzy se aproximou lentamente, meu coração estava saindo pela boca, eu sabia que tinha algo de errado, ela estava estranha.

— Eu... preciso sim. — Falei desconfiada.

— Deixe-as ai, peço para meu pai leva-las. A senhorita precisa de um banho, vou providenciar. Licença...

Suzy passou por mim as pressas, com certeza o duque tinha contado tudo que lhe falei em Londres. Ver Suzy me tratando com tanta cordialidade e aquele ar frio, me doeu o coração, eu queria poder explica que ela não tinha nada haver, que eu não queria me afastar, que podíamos mandar cartas. Mas eu não podia pedi-lhe que não me odiasse. 

Era direito dela e eu merecia aquilo.

Suzy chegou nos em aposentos com uma jarra de água quente, espalhou pela banheira e veio até mim, me ajudar a tirar meus trajes.

— Você não precisa fazer isso, eu consigo me despir sozinha. — Falei

— Eu preciso fazer isso senhorita, eu sou sua criada, esse é meu dever. — Falou Suzy enquanto desamarrava meu espartilho.

— Suzy você não vai perguntar como foi a viagem?

— Eu não devo me meter na vida da senhorita.

Eu me virei bruscamente...

— Suzy, você pode me dizer o que está acontecendo? Você esqueceu de quem sou? Sou eu Johanna sua melhor amiga e não sua superior.

Suzy que estava cabisbaixa, levantou os olhos marejados.

— A senhorita não é minha amiga, como falei, sou sua criada, meu único dever é servir.

— Você não é minha criada Suzy...

Baixei a cabeça e respirei fundo.

— O que foi que ele contou a você? — Perguntei.

Ela levantou a cabeça, olhou para o teto, fechou os olhos e voltou-os a mim.

— Você realmente queria ser devolvida? Desde o começo?

Fiquei sem falar por um segundo, eu não queria admitir aquilo, mas era a pura verdade.

— Sim, mas...

Ela soltou uma risada sarcástica.

— Mas o que? vai dizer que eu faço parte do seu plano também?

— Não Suzy, claro que não, você nunca faria parte dele, na verdade, você foi a melhor parte disso tudo. Eu nunca tive uma amiga e você saciou toda essa falta, se eu for devolvida, pensei em ficar mandando cartas para você, talvez poderíamos nos ver nas férias, eu nunca deixaria de manter contato com você, eu não sou esse monstro que Benjamin falou  Suzy.

— O que a senhorita acha que o duque me falou? Meu Deus, você não tem noção da gravidade da situação não é mesmo?

Olhei para Suzy com tom de dúvida.

— Veja bem Johanna, O duque não me falou do seu plano para querer nos ver longe uma das outras. Ele falou porque sabia que eu iria ficar xateada, a mentira é algo que não suportamos, eu não suporto. Ele pediu para que eu a perdoasse, ele disse que independente de qualquer coisa, ele a ama, você sabe o que é isso? Amar alguém?

— Eu sei — Falei chorando

— Você sabe?

— pode não parecer pela situação, mas eu... eu.. eu amo o duque Suzy, eu amo Benjamin e quero ficar com ele. Mas eu também quero continuar escrevendo, eu quero publicar meu livro. Você não sabe o quanto tudo isso é difícil.

— Você realmente não sabe de nada..., Mas é o duque que deve lhe dizer isso...

— O que o duque deve me dizer¿ — Perguntei curiosa.

— Senhorita, quero que saiba que você continua sendo minha melhor amiga, eu continuo torcendo por você, mas estou magoada, você precisa respeitar isso está certo¿ Então por favor, deixa eu fazer meu trabalho.

Assenti com a cabeça e ela retornou a tirar meus trajes.

Segundo Suzy, Benjamin estava fora, ele tinha chegado algumas horas antes e assim que tomou banho saiu, eu sentia que a nossa próxima conversa seria complicada, no entanto eu deveria descansar, o clima nos próximos dias seria bastante complicado, talvez Suzy nunca volte ao normal comigo, eu tinha que saber lhe dar com as consequências dos meus atos, mesmo que isso me faça sofrer, talvez estar longe daqui seja a melhor escolha, mas talvez me deixe morta de remorso, eu teria que aprender a conviver com aquilo.

— Suzy, antes que você saia, eu preciso dizer algo.

Ela virou-se para mim segurando a jarra e minhas roupas sujas.

— Pode falar.

Engoli seco.

— Eu e Benjamin, dormimos juntos, nós fizemos amor.

Suzy me olhou assustada.

— Mas você já sabe disso não é? Ele já contou, com certeza.

— Ele não contou, o duque é mais cavalheiro do que você imagina Johanna, com tudo que aconteceu, você ainda não aprendeu nada sobre o caráter dele, não é mesmo?

Baixei a cabeça.

— Eu preciso ir, boa noite senhorita.

Não respondi Suzy,ela saiu e eu fiquei ali, deitada na minha cama imaginando se eu tivesseescolhido Benjamin, se eu não tivesse admitido meu plano, tudo seria diferente,eu seria diferente. 

31 dias para te amar - Livro 1 - [1º versão]Onde histórias criam vida. Descubra agora