Capítulo 21

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A criada chegou no mesmo momento que minhas malas. Ela era loira, olhos castanhos e um pouco tímida, mais que o normal eu diria. Se chamava Elise.

Passei o resto da manhã lendo um dos livros que tinha pego na biblioteca do casarão. Mas muitas vezes me pegava olhando para a paisagem pensando em tudo que tinha acontecido, me restava pouco tempo e eu ainda não tinha conseguido nada do que precisava. Eu ainda não entendia o que sentia pelo o duque, mas sabia que não era raiva, muito menos indiferença.

Aquele sentimento me causava medo, tinha percebido várias vezes que aquele homem se tonara especial para mim. Assim como sua família.

Eu queria muito estudar letras, poder publicar um livro e ser reconhecida por isto. Mas eu também não queria deixar o casarão, não queria deixar Suzy nem Benjamin. Entretendo, eu não poderia escolher os dois.

Em Ziemia tudo é preto no branco, isso ou aquilo, Não existe meio termo, não para mulheres. Mas não queria magoar Benjamin, não queria vê-lo longe de mim. Eu teria que tomar alguma atitude, Lorenzo seria a melhor pessoa para me ajudar. Ele saberia o que fazer.

Já estava me dando fome quando Elise bateu na porta para avisar que o duque me esperava na escadaria principal para irmos almoçar. Calcei meus sapatos, coloquei um chapéu peguei a bolsa e sair. Benjamin estava me esperando exatamente onde falou que estaria.

Eu sorri e fui ao seu encontro.

— Senhorita Ossory — Me cumprimentou Benjamin.

— Senhor Van Edell — o cumprimentei também.

— Para que possamos sair do país, não podemos estar cumprindo a lei da boa esposa. No entanto, agora em diante ire chama-la de Senhora Van Edell, mesmo em Londres. Se alguém souber que não somos casados e que estamos cumprindo uma lei que nos obriga a ficar no país, podemos ser transportados e presos ao chegar em Ziemia.

— Você é um homem inteligente, marido!

Dei um sorriso apertado ao passo que o duque mostrou todos seus dentes da boca.

— Espero que em breve possamos nos chamar dessa forma de verdade. Quero que conheça todos os lugares que já visitei, acredito que após casarmos paris seja a melhor opção. Sei que você gosta muito de moda, talvez poderíamos ver alguns desfiles juntos.

Me sentia a pior pessoa do mundo tendo que esconder tudo que eu realmente quero e deixar o duque sonha com o nosso casamento. Mas ao mesmo tempo me peguei imaginando como seria se fossemos casados, Benjamin era um homem bastante atraente, ao mesmo tempo que me respeitava como mulher, ele defendia as mesmas causas que eu defendia e pouco possivelmente me trataria como meu pai tratava minha mãe. Ele era um homem difícil de encontrar em Ziemia.

Ele era especial.

Assenti tudo que ele falou para que ele pudesse mudar a conversa, mas ele continuou falando:

— Se a algumas semanas a traz me dissessem que seria possível se apaixonar por alguém em 31 dias, eu ficaria incrédulo, não acreditaria. Mas vivendo essa experiência agora, Pouco antes de acabar, posso dizer que é tão possível quanto comer pão todos os dias e não enjoar.

Continuei calada, ouvindo aquelas palavras que me doíam a cada vez que eram citadas.

— Eu não sei o que você sente por mim, ainda não entendi o motivo pelo qual falou aquilo no baile, eu não sei se o que sinto é recíproco, mas eu sinto que você gosta de mim também, mesmo brigando comigo por motivos que nem eu mesmo consigo entender. Eu sei que estou aí dentro, em algum lugar.

Meus olhos marejaram involuntariamente.

— Eu não sei o que sinto Benjamin, Nunca amei ninguém, as vezes me sinto incapaz de amar alguém. Eu não posso dizer que estou apaixonada por você. E tenho medo desse sentimento porque ele passa. E se um dia você ver que a paixão é passageira e que eu não era tudo aquilo que você achava que eu era¿ E se casarmos eu nunca sentir amor por você¿ Você acha justo ser o único com sentimentos verdadeiros¿ Talvez eu nunca amarei você e talvez essa paixão que você sente nunca se torne amor.

Benjamin me olhou sério, seus olhos estavam prestes a derramar lágrimas de algo que eu sabia bem o que era. Eu tinha medo de machucar Benjamin, mas era exatamente o que eu estava fazendo. Me arrependi imediatamente de ter falado aquelas palavras.

— Ali está, dizem que o almoço daqui é uma delícia. — Falou Benjamin com a voz meio embrulhada do choro que segurava.

Eu sabia que ele era forte, mas não entendia porque ainda insistia em mim. Mas eu também não queria que ele desistisse, isso era algo que eu odiava admitir, entretanto eu gostava de Benjamin, mas não podia admitir, não enquanto estivesse confusa do que fazer. Lorenzo me ajudaria nisso, não via a hora de poder encontra-lo.

O resto do dia foi bastante calmo, eu e o duque nos falamos pouco, mas nada fora do normal. Já a noite subir para o quarto primeiro que Benjamin, ele ficou jogando xadrez com alguns cavalheiros. Elise estava a minha espera, tomei um banho morno, vesti minha camisola de seda e me deitei, passei um bom tempo rodando na cama tentando entender o que eu iria fazer com esses sentimentos que estava surgindo em mim.

Depois de um tempo, ainda acordada ouvi abrirem a porta que dava para o quarto do duque, fiquei assustada de não ter fechado, mas não me movi, estava deitada de costas a porta, vi a silhueta do duque na claridade que entrava no meu quarto, esperei que ele falasse algo, eu não sabia o motivo pelo qual ele estava ali, mas em vez disso, ele deixou algo no baú da minha cama e saiu de fininho sem fazer algum barulho, eu fiquei alguns segundos na mesma posição caso ele voltasse.

Mas ele não voltou.

Saltei da cama, peguei o pequeno embrulho e fui até a janela para ver o que continha ali dentro.

Abrir o embrulho o mais rápido que pude. Fiquei encantada com o que via, era uma pulseira, provavelmente feita a mão, muito delicada e simples, mas de uma beleza sem igual, nela tinha escrito a seguinte fase: "O mundo é um livro e quem não viaja ler apenas a primeira página". Sorri, agora mostrando todos os dentes que tinha na boca, ele sabia me conquistar, e pela a primeira vez admiti aquilo. Coloquei a pulseira na penteadeira, me deitei e logo dormir. 

31 dias para te amar - Livro 1 - [1º versão]Where stories live. Discover now