Capítulo 31

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Eu sempre sonhei ser escritora. Li meu primeiro livro aos 7 anos e comecei a escrever com dez, parecia que nada me impedia, nem mesmo as negações do meu pai. Saber que eu estava segurando o que eu mais queria a quase um mês atrás, me fazia tremer. Suzy não saia do meu pé, mas eu não estava preparada para abrir aquela carta. O duque ainda não sabia que estava com ela em mãos e eu não estava pronta para tomar uma decisão.

Seria tão fácil se eu não tivesse me apaixonado, se eu não amasse Benjamin. Mas isso não tinha acontecido e eu estava aqui, andando para todos os lados do quarto com a carta na mão sem ter coragem de ver o que ali continha. Se for uma reprovação, eu casaria com o duque, seria feliz, mas nunca poderei publicar um livro, se for uma aprovação eu iria viver o que sempre sonhei, mas não teria Benjamin.

Era tão difícil tomar aquela decisão, eu o amava, mas também ama a escrita, queria que meu livro fosse publicado, queria que as pessoas e mulheres de todo o mundo pudessem lê-lo.

A decisão deveria ser tomada, eu deveria ser justa comigo e com o que mais gritava em meu coração.

Eu estava quase enlouquecendo quando decidi enfiar a carta na gaveta da minha cômoda, Suzy tinha saído para cuidar da casa e eu tinha decidido não olhar aquela carta até o ultimo dia de estadia, faltava pouco para terminar, mas era o tempo a mais que eu precisava para finalmente me decidi. 

Não saí do quarto no outro dia, me propus a pensar e nada mais, ponderei todos os prós e contras das duas decisões, tive uma visualização ampla em comparação com o restante do mês, conversei bastante com Suzy, mas me parecia que ela não podia fazer nada, mesmo parecendo estar escondendo algo, ou uma informação que poderia mudar tudo aquilo, mas deveria ser algo da minha cabeça. 

Suzy nunca esconderia algo tão importante de mim.

Vi o duque sair duas vezes a cavalo, eu sabia que estava tão ansioso quanto eu, isso me fez ter a noção de que aquela decisão não ia só inferir na minha vida, mas também na vida dele. E santo Deus, como aquilo era difícil, como aquilo me doía.

Passei a madrugada na janela, com um coberto me aquecendo e entrei em um devaneio extremamente perfeito, onde eu podia escolher os dois. 

O dia estava amanhecendo quando adormeci, não me lembro a ultima vez que dormir tão bem.

Acordei meio atordoada, Suzy estava na banheira preparando meu banho.

­- Suzy? dormir por quanto tempo?

Sentei na cama ainda sonolenta.

- O bastante para eu lhe dizer que já está na hora do almoço, você tem apenas 4 horas para decidi o que fazer.

Arregalei os olhos e pulei para fora da cama.

- Devo dizer que o duque já está sabendo que a senhorita recebeu a carta. Ele me obrigou a falar, você sabe que odeio mentiras, me perdoe, mas não podia mentir pra ele; Ben está sofrendo, se for escolher ser escritora, é melhor que o conte logo.

Eu não sabia o que dizer, o duque estava sofrendo, mas eu também estava.

- Eu irei abrir a carta agora.

Fui até a cômoda e abri, a carta estava lá da mesma forma que a coloquei. Suzy parecia estar aflita, mas suas mãos não tremiam como a minha. Sentei na penteadeira abrir a carta e comecei a ler.

Suzy estava batendo o pé de nervosismo, minhas mãos tremiam enquanto lia, mas não derramei se quer uma lágrima. Ao terminar, olhei para Suzy e falei:

- Tomei minha decisão, Suzy, por favor faça minhas malas.

Suzy viu em minhas feições a decisão que tinha tomado, me levantei com a carta em mãos e fui ao escritório do duque.

31 dias para te amar - Livro 1 - [1º versão]Where stories live. Discover now