Capítulo 17

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Cheguei na cozinha, e lá estava Suze, com os olhos arregalados, sem entender o que tinha acontecido.

— Suze temos de ir. Preciso levar você para um lugar onde não possam a encontrar — Falei.

— O que aconteceu senhorita? — Perguntou Suze amedrontada.

— O príncipe Jonas veio fazer uma vistoria aqui no casarão. Preciso que venha comigo.

— Onde irá me levar?

— Eu vi um casebre na estrada onde pegamos para cavalgar. Está abandonada. Talvez fosse de um criado que tomava conta do estábulo. Não é tão longe, mas é a única alternativa que temos, eles irão vasculhar toda residência.

— A senhorita sabe quem nos denunciou?

— Talvez, mas não tenho certeza. Temos de ir.

Peguei a mão de Suze e saímos pela porta da cozinha. Os capachos do príncipe ainda não haviam chegado ali. Saímos do casarão as presas, e não teríamos parado se não fosse por uma surpresa indesejável.

— Senhoritas?

Suze e eu paramos. Meu coração estava já saindo pela boca, Suze me olhou de tal forma que pensei que seus olhos iram pular. Olhamos para trás e lá estava o príncipe Joaquim. Me perguntei mentalmente de onde ele havia saído.

Ele nos olhava fixamente, mas não falou nada, até eu quebrar aquele silêncio.

— Alteza — Falei fazendo uma reverência juntamente com Suze.

— Então quer dizer que o duque realmente possui impuros negros? — Falou Joaquim.

Suze largou sua mão da minha deu um paço para frente em direção ao príncipe e falou:

— Sim, é verdade. E também é verdade que por causa dele eu e meus pais não passamos fome, Se o senhor quiser prender alguém que prenda a mim. Deixe Benjamin e Johanna em paz.

— Senhorita... — Falou Joaquim sem nem mesmo terminar.

— Senhor antes que diga qualquer barbárie, olhe para mim. Olhe minha situação. O senhor realmente acha que eu deveria estar me escondendo por trabalhar ? Estou nessa situação porque sua família criou uma lei estúpida. O senhor já viu um impuro negro de perto? Já viu como vivemos? Eu sinceramente espero que um dia o senhor possa perceber que somos pessoas, não pragas. Que merecemos viver uma vida digna. E que situações como estas deixem de existir.

Joaquim olhava para Suze fixamente, eu fazia o mesmo. Mesmo com medo do que provavelmente iria acontecer, Suze não deixou de lutar pelo o q acreditava, mesmo que aquele em sua frente fosse o futuro rei de Ziemia ela teve coragem para falar o que tinha a ser falado. Eu não sabia como o príncipe reagiria, mas eu estava orgulhosa.

— Senhorita, Eu entendo perfeitamente o que passas. Sou herdeiro de um reino que tem muito a se melhorar. Eu peço desculpas se hoje tenha que se esconder por causa da ignorância do meu irmão. Ele é igualzinho a meu pai, talvez pior. Eu nunca iria entrega-la, não concordo com as leis ziemianas, e planejo colocar um fim nisso, assim que a responsabilidade de todos vocês estejam nas minhas mãos. Mas por enquanto preciso ser quem meu pai quer que eu seja e peço-lhe desculpas por isso. Vão.... antes que os homens do meu irmão as encontrem. Eu irei Arrumar um jeito de impedir que passem daqui.

Suze me olhou incrédula. Olhei para o príncipe e assenti, peguei a mão de Suze novamente, ela ainda olhando para Joaquim falou:

— Obrigada, alteza.

Eles se olharam por alguns segundos...

Nos viramos e fomos o mais rápido possível em direção ao casebre.

31 dias para te amar - Livro 1 - [1º versão]Where stories live. Discover now