31 dias para te amar - Livro 1 - [1º versão]

Capítulo 28

O duque não apareceu naquele dia, Suzy mal falava comigo, já eu não conseguia ler, muito menos escrever. Eu sabia que o resultado da prova já havia saído, era para eu estar feliz, eu tinha feito uma boa prova, eu estava confiante, mas não era isso que estava acontecendo. Quanto mais eu pensava no resultado, mais meus pensamentos se refugiavam para o momento em que eu vi Benjamin beijando Elizabeth, como eu o tratei depois do acontecido, as palavras que falei, a forma como o deixei depois da noite que tivemos; Uma noite terrível e que se tornou especial. Eu tinha dormido com Benjamin, isso era crime, mas qual importância tinha, já que eu seria devolvida,  Se eu iria ser considerada perdida. Qual mal tinha em me despedi de um homem que eu tanto queria? 

O mal não estava na lei, o mal estava em deixar o duque pensar que aquele ato era prova de que iriamos ficar juntos, de que eu o escolheria, eu pequei. 

Eu não sabia onde ele estava naquele momento, nem de como estava seu lado emocional, do que estava pensando de mim e se depois de tudo ainda me amava, mas apesar de todas essas coisas, eu precisava falar com ele.

As 5 horas da manhã me acordei despretensiosamente, o sono tinha ido embora e o meu corpo só queria levantar e tomar ar fresco, lembrei de como me senti cavalgando com Anastácia, fazia algum tempo que não a via, ela era minha melhor opção, portanto, me levantei, vesti o roupão, calcei minhas pantufas e saí do quarto, ninguém ainda havia acordado, não sabia se o duque tinha voltado para casa na madrugada, até porque Suzy não conversava comigo como antes e eu estava me sentindo muito culpada para pedi-lhe que voltasse a ser como era. Queria respeitar o tempo dela.

Sair do casarão e caminhei até o estábulo, estava tudo ainda muito escuro, mas consegui chegar até a baia de Anastácia, ela me reconheceu de imediato, não dava para enxerga-la claramente, mas eu sabia que estava feliz em me ver, enquanto abria a porta, ouvi um rangido que vinha do outro lado do estábulo, poderia ter sido alguma baia que havia sido aberta, mas o local não estava claro, entretanto, dava para identificar a silhueta de uma pessoa. Pensei em gritar, mas com certeza não era uma boa opção, já que ninguém do casarão iria escutar, poderia ser um ladrão ou qualquer um daqueles libertinos que estrupam jovens nos estábulos. 

Fechei novamente a porta da baia de Anastácia e segui até onde estava a silhueta, mas no momento em que desviei o olhar a pessoa não estava mais lá, ela havia desaparecido em um piscar de olhos. Parei, olhei para os lados, mas mal conseguia enxergar as coisas nitidamente..., Antes mesmo de chamar qualquer palavrão a pessoa apareceu em minha frente, me fazendo pular de susto.

— Senhorita Ossory? O que faz aqui?

Era Benjamin, senti um grande alívio e assim que me dei conta o abracei.

— Eu... eu... eu pensei que fosse um ladrão ou algo assim.

Benjamin, aparentemente surpreso, não me devolveu o abraço, percebi o que estava acontecendo e me afastei. 

O sol entrava pela a pequena janela circular e iluminava exatamente o local onde eu e Benjamin estávamos, agora poderia ver o seu rosto nitidamente, ele estava pálido, mas continuava belo.

— Eu não roubaria minha própria propriedade senhorita, eu acabei de chegar de um compromisso, estou muito cansado da viagem a Londres, Fui a cidade vizinha a cavalo, preciso de um longo banho e um descanso.

Ele realmente aparentava estar muito cansado.

— Eu vim cavalgar um pouco com  Anastácia, eu precisava de um ar.

— Bom, eu espero que se divirta, com licença.

Benjamin ia saindo quando peguei em sua mão, lhe fazendo olhar para mim com aqueles olhos azuis brilhantes.