De Roseanne Park:
"Parar de pensar era uma benção, não ter angústias e paranoias que a deixassem depressiva era um desejo recorrente."
Rosé cambaleou e acabou sendo puxada novamente para o sofá gasto, as risadas dos homens a sua volta soando nojenta para os seus ouvidos, pegajosas como se derretesse em seu rosto.
- Qual é gatinha? Não está gostando na nossa companhia? - Um dos homens disse, passando as mãos pelas madeixas ruivas.
- Eu só quero ir para casa, por favor... - ditou pedinte, sua mente girando, confusa.
Rosé sempre frequentou aqueles clubes sozinha. Ela sabia que havia perigo à espreita, seja nos homens mais velhos e suas cantadas baratas ou em si mesma e na facilidade que tinha de se meter em encrenca por confiar demais nos outros. Não que confiasse verdadeiramente, não era tão ingênua, esse último item poderia ser mudado para a "capacidade de testar as habilidades do seu anjo da guarda" ao aceitar tudo que a fizesse fugir da realidade, que a deixasse tão ferrada e inconscientemente inapta até os problemas irem embora.
Parar de pensar era uma benção, não ter angústias e paranoias que a deixassem depressiva era um desejo recorrente.
Park Rosé não estava preparada para crescer, para lidar com problemas reais, poderia empurrá-los o tempo que fosse preciso até Jisoo voltar para a sua vida e resolvê-los para si.
Mas então Jisoo tinha virado um estúpido problema também. Ela não quis atendê-la por toda a semana, e os homens no bar prometeram que a fariam parar de chorar e parar de pensar nela, e por aquele segundo quis ser ingênua e acreditou quando eles a deram aquele copo, o comprimido pequeno se esfarelando no álcool.
- Você é tão linda, não quer ir conosco pra casa?
Abriu os olhos, o rosto deles dançavam pelas suas vistas. A música da boate era estridente, a voz da cantora mudava de tons e a cor da boate mudava junto, de vermelho a verde, ela podia sentir essas cores em seu corpo, tocando-a.
- Eu realmente não sei... tá tudo... estranho demais - balbuciou.
Os homens pareciam ter duplicado de número, quando chegaram tantos assim? Com seus olhos de lobo, rondando a presa, loucos para dar o bote. A calça de Rosé parecia mais pesada com as mãos grossas deles nas suas coxas, um novo desconforto subindo pela garganta.
Respirou fundo, sendo guiada por alguns deles até a saída, a música alta começava a soar abafada a medida que percorria os corredores até a entrada principal. Não queria sair dali, a boate era o lugar mais familiar que tinha, aquelas pessoas suadas dançando, chorando, rindo, gritando, escoradas nos balcões de bebida, poderiam ajudá-la se tudo desse errado.
- Você sabe que isso não vai acabar bem, não é? - Um deles sussurrou. Ela concordou com menear, os olhos cheios d'água. Quem visse de fora poderia acreditar que Rosé os seguiu por livre e espontânea vontade, estava andando com os próprios pés e nunca tinha provado a sensação de ser traída por eles, de não ter o mínimo de controle de suas ações.
- Acho melhor sumirem daqui, antes que eu chame a polícia. - A voz conhecida soou, e ela sorriu quando sentiu-se livre de tantos homens ao seu redor.
A rua era íngreme e o rosto de Jiyong reluzia, os cabelos em tons de laranjas e os olhos lotados de uma maquiagem brilhante, ela quis tocar, saber a textura dele, queria agradecer verbalmente, mas sua voz tinha sumido e ela não conseguia achar, por um momento pensou tê-la comido por engano.
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O último ano do resto das nossas vidas
Fanfiction[Concluída] O último ano do ensino médio era o limite para aproveitar e fazer todas as porcarias que se arrependeria na vida adulta. Entre ser apenas mais um estudante que decide qual vida quer levar ou alguém que gostaria de deixar sua marca regis...