XIV - A tempestade que chega é da cor dos seus olhos castanhos

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De Roseanne Park:

"Era como ter quatorze anos novamente, com todos aqueles sentimentos e sorrisos fáceis..."





Rosé sorriu, incrédula.

Jisoo tinha o rosto bem próximo do seu, os olhos grandes cheios de expectativas, bochechas coradas e cabelos molhados. Quando passou os dedos pelos fios sentiu o cheiro de maresia, o corpo dela ao seu estava molhado como da primeira vez que se beijaram.

- Eu estou sonhando? - sussurrou, e Jisoo sorriu ao responder "não" entre sílabas.

E mesmo que ainda estivesse com medo de uma segunda rejeição, levou as mãos a nuca da Kim, trazendo-a para próximo, sentindo a respiração mesclar a sua e com um suspiro fundo juntou os lábios ansiosos.

Nos minutos seguintes o beijo foi sereno e pareceu durar uma eternidade, cheio de expectativas e borboletas na barriga. Rosé abriu os olhos, um pouco assustada sobre o que viria a seguir, mas assim que abriu a boca Jisoo aprofundou o beijo. Sentiu a língua dela brincar com a sua, ainda receosa mais instintiva e indecente, e nunca pensou que Jisoo fosse ser a mais atrevida das duas.

Quando se separaram pareciam recém afogadas, necessitando de ar puro, com as respirações entrecortadas e sôfregas.

- Isso foi...

- Bom?

- Bom também, muito bom. - Rosé sorriu, dessa vez passando as mãos pela cintura dela. Elas se embaralharam nas cobertas e Jisoo precisou desenrolar o lençol que inusitadamente prendia a sua perna.

Lá se foram alguns minutos confusos até que Jisoo decidisse sentar no colo de Rosé, que precisou descruzar as pernas, depois as cruzou novamente até desistir e estendê-las para que a garota se acomodasse melhor. Elas se encaram, um, dois, três segundos... até um sorriso preso na garganta se transformar em gargalhadas.

- Não estrague o clima, Jisoo-yah!

- Jisoo-yah? Agora eu sou a culpada? - ela passou os braços pelos ombros de Rosé. - Foi você que começou a rir.

- Eu só ri porque foi engraçado... e eu estou nervosa.

Era visível que estava, suas bochechas eram dois pimentões vermelhos e tinha as mãos suspensas nas costas de Jisoo, com medo de parecer muito assanhada se as descesse até a cintura.

- Seria bom apagar a luz... acho. - murmurou ela.

E Rosé engoliu o seco, entendendo muito bem o convite implícito na fala da amiga. Seu coração quase falhou algumas batidas quando se arrastou para fora da cama até o interruptor, abrindo a porta para encarar o corredor vazio.

- Mamãe! Jisoo e eu vamos dormir! Boa noite.

Não esperou uma resposta da mãe, porque naquele momento uma quentura tomou conta de cada partezinha do seu corpo, quando se viu no escuro com Kim Jisoo, ajoelhada na sua cama com o vestido molhado e um sorriso nervoso no rosto.

Cada batida do seu coração era um passo mais perto, ao se deitar na cama e sentir o corpo dela em cima do seu percebeu como esperou por aquele momento e agora não sabia o que fazer exatamente.

- Eu te amo também. - disse. - E por te amar tanto talvez... só talvez, eu esteja com medo de não dar certo isso aqui. - Rosé gesticulou a esmo. - Apesar de estar excitada pra caramba.

- É a nossa primeira vez, tem tudo pra dar errado, mas eu quero que dê errado com você.

Rosé suspirou, atônita. Poderia entrar em colapso a qualquer momento, ter uma crise de choro, um ataque cardíaco, morrer de amores. Tudo porque, pela primeira vez em muito tempo, as coisas pareciam caminhar bem. Então, com uma certeza na ponta da língua tomou os lábios de Jisoo novamente, sentindo a excitação preencher seu corpo, a língua afoita invadindo a sua, o corpo dela em cima do seu fazendo com que tornasse fácil colocar em prática tudo que já pensou que fariam quando esse momento chegasse.

O último ano do resto das nossas vidasWhere stories live. Discover now