*cena da série Humans
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O tempo passou e as coisas se acalmaram, não houve incidentes com nenhum cliente particularmente áspero e Janet pelo jeito esperaria uma semana para obter a resposta de Bryan. Quando estávamos na área de carregamento, ouvi passos apressados e um som...Era um choro de criança!
-Bryan! Você ouviu isso?- eu pergunto assustado, o que uma criança faria num lugar desses? Não era boa coisa.
-Era um choro de uma criança de aproximadamente 7 anos de idade- Bryan acrescenta.
-Vou dar uma olhada! - eu falo me desplugando do cabo e me levantando.
-Josh!- Bryan que estava na minha frente sentado, segura meu braço- É arriscado.
-Tem alguma coisa errada Bryan- ele me solta e para a minha surpresa ele também retira o seu cabo de alimentação.
-Vamos, com cuidado- ele fala ao se levantar.
Nós seguimos o choro, nossa audição melhorada nos permitiu ficar um tanto distante para não sermos pegos. Em um momento o choro cessou e ao invés de ser um alívio foi na verdade preocupante, pois o que eles haviam feito com a criança?
-Esta logo ali em frente, vamos esperar os homens saírem e entramos- Byan fala e nós dois nos escondemos em um dos quartos vazios daquele longo corredor.
Após alguns minutos e depois de ouvir passos e conversas os homens vão embora e eu posso distinguir a conversa deles um pouco.
-Agh! Sobrou toda a bagunça para nós limparmos- um homem reclama.
-Bando de pervertidos! Não me admira essa merda ser ilegal-outro fala.
-Os caras da programação são bons mesmo!- um terceiro completa.
-Vamos! - o primeiro apressa a saída dos outros e o corredor fica livre.
Com cuidado e fazendo o mínimo de barulho possível eu e Bryan seguimos no corredor por onde os homens foram e onde estava o choro, ao nos deparar com uma sala eu fico com receio, mas abro devagar e o que eu vejo me deixa chocado, Bryan que estava atrás me dando cobertura ao me ver surpreso entra curioso para ver o motivo do meu espanto.
Eram crianças, das mais variadas idades e características étnicas, meninos e meninas, enfileirados de pé, todos com um cabo branco saindo por debaixo da camiseta e indo até uma tomada no chão.
Bryan que ao entrar foi logo ao computador que estava no lado esquerdo da sala perto das crianças começa a buscar e fala -São todos androides de uso sexual, diz aqui.
-M-mas são crianças! - eu falo indignado.
-O uso de androides com a figura infantil para fins sexuais é extremamente ilegal. Esses androides foram feitos com partes sobressalentes de outros robôs e são mantidos em segredo só para clientes especiais, porque também são muito caros por uso- Bryan fala sem tirar os olhos do computador.
-Mas então o choro..?- eu pergunto com medo da resposta.
-Um dos androides foi ativo hoje o K104- ele fala e aponta para um menino, um robô menino de aparentemente 7 anos que estava no meio da fileira direita, ele era ruivo com cabelos enrolados e tinha até sardas na pele artificial e assim como os outros estava com uma camiseta e calça verdes - Ele foi programado para essa noite simular um estupro.
-Meu Deus! - eu fico chocado- Nós temos que libertá-los! Kevin, ative-o!
-Josh, eles não são conscientes como nós. As memórias deles são limpas depois de cada sessão.
-Ative-o! - eu grito chorando e Bryan faz relutante o que eu peço.
-K104 online! O que deseja senhor? -o menino fala sem emoção com os olhos fixos em nada.
-V-você esta bem? - eu pergunto tremulo.
-Meus sistemas estão operantes e desinfetados senhor. Estou pronto para a utilização. O senhor deseja me chamar por algum nome?
Eu não tinha nada em mente, mas ele tinha cara de Julian- Hum... Julian!?
-Ótimo senhor! - ele responde ainda neutro e sem direcionar o olhar para mim- Deseja que eu assuma alguma personalidade programada?
-Como assim? - eu pergunto curioso.
-Posso assumir a personalidade assustada, passiva, sedutora e inocente. Qual o senhor prefere?
-Deus! - eu exclamo horrorizado e começando a chorar.
-Já chega!- Bryan aperta um botão no computador e o menino fecha os olhos voltando ao seu estado stand by.
-Bryan i-isso é-é...- eu nem conseguia dizer.
-Ele por sorte, é só um boneco- Bryan fala sério em um tom grave.
-Mas as pessoas! Elas são monstros como elas..?
-Melhor robôs que crianças de verdade- ele fala resoluto.
-Isso é doente! - eu me revolto.
-É a natureza humana -ele fala simplesmente.
-Nós vamos sair desse lugar Bryan! Eu juro por Deus!- eu falo enquanto nos afastamos e voltamos para a sala de carregamento.
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Alive
Science FictionJosh acorda depois do que parecia um acidente fatal, mas com isso ele descobre que estar de volta pode não ser o mesmo que estar vivo.