CAPÍTULO VII - MALDIÇÃO ATIVADA (PARTE I) (NARRADO POR LOGAN COLLINS)

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ANTERIORMENTE... Uma onda de assassinatos abala as estruturas de Crossfield, enquanto os irmãos precisam lidar com seus problemas pessoais. Logan sofre por sua relação com Seth.

Deve ser por volta das três da manhã, não sei bem, consegui dormir por algumas horas, mas acabei no meu destino de todas as noites, acordar antes que elas acabem, os últimos meses têm me ensinado bastante coisa, acredito que a de maior valor seja, que não importa o quanto você está feliz, sempre algo de ruim acontecerá pra que tudo se estrague. Pode esperar. Ou você vai sofrer algum acidente, ou vai perder o emprego, ou vai somente descobrir que o cara que você ama é seu irmão e de quebra que você é um bruxo/lobo. Enfim sua vida sempre tem que dar uma virada, é quase como uma regra.

Quanto ao último caso em específico, foi o que ocorreu comigo. Desde então eu e Seth nos distanciamos, ás vezes desejo ter morrido aquela noite, viver com toda essa angústia e tristeza não é viver, tenho sentido falta de seu toque, das músicas que ele ouvia no celular enquanto tomava banho, tenho sentido falta de espiona-lo durante seu banho. Enfim, Seth Wilde é como um buraco negro em meu peito, que suga toda alegria que eu possa sentir. Tentei me distrair planejando a festa de Jonathan e Lizzie, mas o trágico fim, com aquele insano assassinato me fez sentir ainda pior.

Agora me pego olhando para o teto e contando quantos pássaros estão desenhados na madeira branca. Ao menos não estou mais olhando para cama ao lado esperando ver Seth, apesar de ser o que tenho feito o verão inteiro. Sempre acabo me decepcionando ao perceber Noah acordando um pouco descabelado e com um sorriso torto, tão simpático e encantador. Inclusive desde que ele bateu na minha porta, uma semana depois do início de minhas noites solitárias sem Seth, tenho visto meu melhor amigo com outros olhos. Acho que deve acontecer com todos os caras gays, no início de sua vida amorosa, ainda mais no meu caso que encontrei o cara da minha vida, mas descobri que era meu irmão, antes de satisfazer meus desejos e curiosidades sexuais, resultado: Continuo mais puro, que um garotinho de cinco anos, exceto pelos meus pensamentos sujos.

De repente tenho vontade de levantar e é o que faço, meio que instintivamente me espreguiço e giro 90 graus para minha direita e não consigo evitar olhar Noah, dormindo profunda e tranquilamente. Seu cabelo como sempre desarrumado, cai sobre um de seus olhos, enquanto o outro fica bem amostra, me fazendo desejar vê-lo se abrir. Há um cobertor azul que corta diagonalmente seu corpo, deixando uma perna descoberta, não evito subir o olhar e vejo que ele usa apenas uma cueca preta, que contrasta sua pele branca. De repente desvio o olhar de forma assustada pelo fato de ouvir três batidas desesperadas na porta. Noah também acorda. Ao abrir a porta dou de cara com meu irmão, com olhos que transmitiam tensão, acompanhado de Megan que não estava tão diferente dele.

- Outra pessoa morreu. – disse ele de forma acelerada, tocando o ombro de Megan, como se a garota o apoiasse. – A melhor amiga da garota que morreu na festa, eu e a Megan estávamos investigando ela e agora ela está morta.

- Como assim? Explica melhor, quem era essa garota? – disse eu assustado, enquanto analisava a face assustada dos dois a minha frente.

- Não importa, o que interessa é que tem pessoas morrendo uma atrás da outra, Crossfield já não é tão seguro. Todos estão na biblioteca, a gente marcou uma reunião, na intenção de juntos descobrirmos quem ou o que está provocando isso. Vamos! Estejam lá em cinco minutos. – disse meu irmão para depois sair correndo rumo ao corredor da ala leste.

Viro de costas e olho de repente para Noah, que ainda está se espreguiçando na cama, seu corpo me parece mais atraente, foco meu olhar entre seu pescoço e umbigo, não entendo o porquê, mas o estava olhando com outros olhos, olhos de desejo. Seus lábios abriam e fechavam, parecia estar dizendo algo, mas sinceramente eu não conseguia me concentrar em sua voz.

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