CAPÍTULO XV - CINCO MINUTOS (PARTE II) NARRADO POR LIZZIE COLLINS

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ANTERIORMENTE... Lizzie e Lyos saem em viagem e acabam encontrando problemas por lá.


As gotas geladas que caiam do céu machucavam parte da minha pele que estava amostra. Eu estava agora correndo desesperadamente, sendo seguida por Lyos logo atrás de mim. De repente senti sua mão tentar parar meus passos ao puxar a minha. Definitivamente eu estava bastante irritada para escutar o que quer que ele tinha para propor, porém mesmo assim parei, dessa vez olhando fundo nos seus olhos sérios que pareciam tão prestativos. Ele não falou coisa alguma, apenas retirou sua jaqueta de couro cor madeira e jogou sobre os meus ombros, recebendo de mim não mais que um olhar, que se traduzido diria "Não fez mais que obrigação".

Estávamos completamente encharcados e correndo á uns sete minutos, quando avistamos um estabelecimento a alguns metros. Não dava para ver nitidamente, mas pelo brega letreiro cheio de cores chamativas, poderia apostar que seria um motel barato. Por alguns segundos, em minha mente, passou a ideia de que Lyos pudesse ter armado toda aquela situação, na intenção de que algo acontecesse entre nós, mas antes que pudesse contestá-lo, ouvi sua voz cansada.

- Precisamos parar, podemos passar a noite aqui, se não for nenhum problema.

- Eu poderia realmente bancar a moça ofendida, mas estou muito encharcada para isso. Só aviso que toda essa situação não será motivo para que aconteça nada entre a gente. Se esta for a sua intenção, melhor desistir. – falei enquanto corria até a entrada do local.

- Se você diz... garanto que seria mais divertido se você relaxasse um pouco, mas se você quer tentar ao modo chato...

Não demorou muito até que conseguíssemos uma chave. Pegamos a número 13 e logo depois o portão foi aberto automaticamente. Tudo sem qualquer contato visual. Eu nunca havia estado em um motel antes, mas conseguia imaginar por conta de relatos de algumas amigas e achava genial todo o sistema em prol do não contato visual entre atendentes e clientes.

Corri como se estivesse correndo uma maratona, até visualizar o número 13 pintado de vermelho na parede amarela. Logo Lyos e eu estávamos protegidos por um teto, numa espécie de garagem do quarto, completamente escura. Me direcionei até a porta usando a lanterna do meu celular, que incrivelmente ainda funcionava mesmo depois de toda aquela chuva. Lyos cuidava em baixar uma espécie de lona que ficava na entrada da "garagem".

Girei a chave e novamente escuridão total. Sai tateando a parede até encontrar o interruptor, que logo usei fazendo com que o quarto fosse preenchido por luz. O que não esperava era ver Lyos bem a minha frente a alguns centímetros de distância. Antes, na escuridão, não ouvi sua entrada no quarto e agora ele estava ali me olhando bem próximo a mim, com toda a escuridão de seus olhos. Gotas caiam do seu cabelo sob seu rosto, que tinha um sorriso traquina. Desci um pouco a visão e pude ver sua camisa branca, que agora se fazia transparente, grudada ao seu corpo, o que evidenciava seus músculos não tão definidos, mas definitivamente atraentes.

- Quem vai tomar banho primeiro? – perguntou ele tentando sacudir a camisa grudada no corpo, sem muito sucesso.

- Você nem deveria perguntar isso. Afinal eu sou uma lady. – falei pegando um saco plástico com uma toalha, que estava em cima da cama.

Saí dali rapidamente, com certeza Lyos já havia notado o meu total desconforto. A verdade é que justamente hoje, com toda essa situação, ele estava incrivelmente atraente, não que eu já não me sentisse atraída por aquele jeito de bad boy barato, mas hoje aquilo havia piorado. Tratei de tomar banho o mais rápido possível, imaginei que ele estivesse com frio, molhado daquele jeito. Enrolei a toalha branca ao redor do meu corpo e abri a porta do banheiro rapidamente e então mais um susto. Lyos estava debruçado sobre a parede com a toalha sobre o seu ombro nu, já estava sem camisa e o pior, sem calça. Vestia apenas uma cueca preta, que contrastava com sua pele pálida. Evitei ao máximo contato visual com seu corpo, então olhei seu rosto, que trazia impaciência.

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