Dezenove.

11.2K 744 88
                                    

Domingo.


POV C.M.C.

-Vem amor, vamos nos sentar aqui! – Marion chama.

Um homem de aparentemente 50 anos se aproxima, pelo terno de grife deve ter muito dinheiro, o tipo ideal da minha tia.

Minha tia já está puxando a cadeira na nossa mesa. 

-Ah sim, sentem-se conosco! – falo por fim, sem ter opções.

Que ótimo momento. 

Adam se levanta da cadeira em minha frente e se senta ao meu lado, colocando um dos seus braços ao redor do meu ombro.

-Este é Seth, meu namorado – minha tia o apresenta e nos cumprimentamos.

-É um prazer finalmente conhece-lo Sr.Parker – Seth o bajula – Trabalho em uma empresa voltada para a tecnologia, seu nome é muito respeitado.

-Fico honrado – Adam responde apertando sua mão, sem dar brechas para que a conversa continue.

-Você sumiu Chloe, tentei te procurar de todas as formas! – Marion começa.

E eu fugi de você de todas as formas. 

-Ah sim, depois que Ivy nasceu tenho ficado mais na casa do Adam – desconverso. 

-Nossa casa – Adam me repreende.

Marion olha para o carrinho ao meu lado, automaticamente levanto o tapa Sol, impedindo-a de olhar para minha filha.

-Nossa, está quente! – enrolo, me abanando.

-Que anel lindo querida, deixe-me ver? – pede já segurando a minha mão – É um diamante enorme! – seus olhos crescem interessados, puxo a minha mão.

Adam gosta de exagerar. 

Minha tia não é só mau-caráter, também é uma boa ladra. 

-Como se conheceram? – finjo interesse, mudando o rumo da conversa.

Como pensei, isso está muito desconfortável. 

-Ah, foi uma história bem engraçada! – Marion ri, olhando para seu namorado apaixonado – Eu tinha ido almoçar em um restaurante em Miami, quando fui ao caixa percebi que não tinha levado a carteira, por sorte Henrique estava atrás de mim e se dispôs a pagar minha conta...

Minha tia é mestre em dar o golpe, este papo de esquecer a carteira já vi muito acontecer, e não é nenhum pouco impremeditado.

-Ual, que sorte a sua – comento.

Adam me encara, me conhece muito bem, sabe decifrar cada gesto meu.

-Espero que nos desculpem, mas temos que ir, estávamos de saída já – diz.

-Mas, já? – minha tia lamenta – Me passe seu número querida, onde está morando?

Como sairei dessa? 

Não me agrada a ideia de tê-la em casa frequentemente. Se ela fosse para me visitar seria muito bom, mas sei que suas intenções são sempre carregadas de interesse.

-Moramos em Coral Gables, mas é difícil estarmos em casa, saímos bastante! – Adam responde por mim – Licença, temos mesmo que ir mesmo – se levanta e se despede da minha tia, depositando um beijo em seu dorso, a deixando encantada – Foi um prazer, Seth – fala estendendo a mão para um aperto.

Me despeço deles e saio com a mão de Adam em minha cintura e a outra empurrando o carrinho, paramos apenas no caixa, para pagar a conta.


Do terno à mamadeiraWhere stories live. Discover now